17/04/2016 15h09
- Atualizado em
17/04/2016 17h49
Câmara discute se autoriza abertura de impeachment da presidente Dilma.
Líderes tiveram entre 3 e 10 minutos para falar, dependendo da bancada.
Os 25 líderes dos partidos com representação na Câmara dos Deputados
discursam neste domingo (17) em mais uma fase das discussões que vão
decidir se autorizam ou não a abertura de processo de impeachment contra
a presidente Dilma Rousseff.
Puderam discursar ainda os líderes da minoria, deputado Miguel Haddad (PSDB-SP), e o do governo, José Guimarães (PT-CE).
A sessão começou às 14h deste domingo. Antes dos líderes, discursou o
relator do processo na comissão especial do impeachment, Jovair Arantes
(PTB-GO).
Arantes defendeu seu relatório que recomenda a abertura do processo de
afastamento da presidente da República e argumentou que Dilma cometeu
“fatos gravíssimos, que atentam contra a Constituição”.
“É hoje, agora nesse parlamento, que vamos dar uma resposta à população
brasileira. Fortalecendo ainda mais a nossa democracia. Minha resposta
já é conhecida e não foi uma escolha sem fato legal. Há fatos
gravíssimos, que atentam contra a Constituição, contra essa casa, contra
as finanças públicas, contra a transparência e contra o país”, disse
Jovair.
Esses discursos foram feitos antes do processo de votação, no plenário, da autorização.
Saiba o que disseram os líderes favoráveis e contrários ao impeachment,
por ordem de discurso, que foi definida pelo tamanho da bancada, da
maior para a menor. Os líderes da minoria e do governo falaram por
último.
Leonardo Picciani (PMDB-RJ)
“A bancada do PMDB vai dar voto favorável ao processo de impedimento. A
bancada do PMDB tomou essa decisão por entender que as circunstâncias
políticas que o país vive hoje, que as circunstâncias que levaram ao
início do processo estariam preenchidas integralmente. [...] Jamais
imaginei que a minha geração viveria esse momento novamente.”
Afonso Florence (PT-BA)
"Essa votação que buscava se lastrear no discursos anticorrupção perdeu
sua legitimidade." "Esse impeachment não tem crime de responsabilidade.
Esse impeachment é golpe. Esse relatório é do golpe. Essa defesa do
impeachment de que o Brasil vai melhorar pretende jogar o Brasil na
incerteza porque os regimes de exceção se iniciam nesse discurso."
Antônio Imbassahy (PSDB-BA)
“Hoje é o dia decisivo, em que vamos escolher o Brasil que queremos
daqui para frente. Pelo voto dado, seremos marcados e julgados para
sempre. Teremos oportunidade de escolher de que forma queremos entrar
para história. Pela porta da frente, com o impeachment, ou pela porta
dos fundos, de mãos dadas com uma presidente que mentiu para o país e
levou o país para a mais profunda crise."
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
"Durante todo o tempo que exerci a função de ministro no 1º governo
Dilma, posso atestar inúmeras qualidades da presidenta, dedicada,
disciplinada, obstinada e fiel às suas convicções." "O Brasil precisa se
unir nesta hora grave. Precisa ter esperança e voltar a construir o
futuro junto da sociedade. É por isso que, por maioria absoluta,
encaminho a bancada a votar sim pela admissibilidade do processo."
Aelton Freitas (PR-MG)
"Um processo de impeachment que partiu de parâmetros voláteis. [...]
Está clara a desobediência aos pressupostos para o impeachment. Não
houve dolo, sobretudo quando a presidente Dilma assinou os decretos de
crédito e nas 'pedaladas'." "Pelo espírito de liberdade, reitero os
termos da posição do PR contra a admissibilidade do impeachment da
presidente Dilma Rousseff."
Rogério Rosso (PSD-DF)
“Eu queria registrar que cada um dos 513 deputados, aqui somados os
votos válidos, individuais ou por legenda, representamos 96 milhões de
eleitores. Portanto, estamos, do ponto de vista, constitucional,
jurídico e eleitoral, absolutamente legitimados.” "O relatório do Jovair
Arantes é cristalino, é claro e está à luz do direito. Portanto,
devemos, sim, admitir a denúncia."
Fernando Coelho Filho (PSB-PE)
"Pode não ser a solução ideal, mas é a solução legal, prevista,
constitucional e por isso a mais adequada neste momento. O Brasil está
mergulhado em graves crises: política, ética, social. E por isso eu devo
dizer com a responsabilidade, tenho muito respeito à figura da
presidenta, mas ela perdeu autoridade e credibilidade para liderar uma
agenda mínima que tire o país desta situação."
Pauderney Avelino (DEM-AM)
"Estamos trabalhando democraticamente para fazer a mudança no Brasil.
Estamos hoje votando o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os
preceitos constitucionais preliminares estão atendidos no relatório de
Jovair Arantes. Feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal, feriu o
Orçamento Federal. E a pena é para o crime de responsabilidade é o
impedimento.”
Márcio Marinho (PRB-BA)
"Nós viemos aqui hoje para ratificar que a posição dos 22 parlamentares
do PRB é pela admissibilidade deste processo. Não estamos cassando
ninguém. Analisar se cometeu crime, isso é com o Senado. Mas queremos
dar oportundiade para que a população possa ver se houve ou não. Mas
temos a certeza que houve."
Wilson Filho (PTB-PB)
“É preciso reconhecer que o PT fez bem à democracia. Seu grande legado
foi firmar a busca da igualdade como tema central da nossa democracia. O
PT fez um bem ao entrar e fará um bem ainda maior ao sair. [...] A
presidente não tem condições de reverter o quadro e precisamos de
mudanças urgentes."
Weverton Rocha (PDT-MA)
"Neste momento lembramos nossos verdadeiros heróis, como Leonel
Brizola, Jackson Lago, que se estivessem aqui não iam permitir que a
Constituição fosse rasgada." "O PDT vai dar a sua contribuição lançando
candidatura própria em 2018. Por isso, vamos lançar Ciro Gomes
presidente da República. Até o dia da eleição iremos defender a nossa
Constituição. Por isso, o PDT vai votar contra o impeachment."
Genecias Noronha (SD-CE)
"O que se observa é que os defensores do governo, por falta de
argumento, continuam a lorota do golpe. Insistem em atacar o vice Temer
ou o presidente da Casa. Como se os ataques inocentassem a senhora
presidente." "Não há golpe nenhum. Haverá julgamento justo. E voto sim
pelo impeachment. Golpe é o que a presidente Dilma tem praticado."
Renata Abreu (PTN-SP)
“Vivo nesse Brasil, nesse tempo, somos todos seus filhos e acreditamos
que podemos mudar. Vamos juntos curar essa surdez da política, deixar o
nosso povo decidir nosso futuro. Queremos vencer com as ruas. Queremos
transformar toda essa indignação em mudança." "Queremos ver nascer nesse
país uma nova política, que derrube esse muro de mentiras, que
represente as ruas."
Daniel Almeida (PCdoB-BA)
"[A presidente Dilma] tem o seu mandato ameaçado por uma conspirata de
corruptos liderada por vossa excelência, deputado Eduardo Cunha, que não
dignifica a cadeira que ocupa nesta hora." "O país está em crise
econômica, política, mas com impeachment encontraríamos a saída? Qual
saída? Através de um governo ilegítimo, de exceção, sem votos. É esta a
saída?"
André Moura (PSC-SE)
“A bancada vota 100% unânime, ‘sim’, pelo impeachment. Queria dizer que
o Brasil está presenciando um dos momentos mais marcantes da nossa
democracia. Milhões de brasileiros estão nas ruas. Gritos de revoltados,
de um povo que não aguenta mais. O recado já foi dado. Fazer agora o
nosso papel é nossa obrigação. "Estamos vivenciando o maior escândalo de
corrupção da nossa história."
Rubens Bueno (PPS-PR)
"Para se reeleger, a presidente praticou política criminosa, falseando
as contas públicas. [...] O governo Dilma não destruiu apenas o valor da
moeda, mas o sonho de milhões de brasileiros. É dever deste parlamento
soltar o grito de 'basta'. Chega de populismo." "A presidente Dilma
perdeu a autoridade moral que o chefe de Estado exige."
Givaldo Carimbão (PHS-AL)
“Nesse momento que o Brasil vive, onde decidiremos se uma presidente
fica ou sai, o partido reuniu sua executiva, reuniu os deputados. Somos
sete. E o partido tomou uma decisão: votará a favor do impeachment. Mas
todos liberaram a mim para votar e votarei contra o impeachment.”
Sarney Filho (PV-MA)
“O país atravessa um momento difícil. Nenhum de nós, homens e mulheres
de bem, gostaria de passar por esse momento, mas é uma realidade que se
impõe. E dentro dessa realidade, o Partido Verde, como sempre, tomou a
sua decisão, que não foi de última hora, por unanimidade a favor do
impeachment."
Ivan Valente (PSOL-SP)
"O espírito de vingança de [Eduardo] Cunha, a covardia do governo, e o
cinismo da oposição de direita permitiram que se chegasse ao impeachment
da presidente sem o crime de responsabilidade. Para isso inventaram um
álibi, as pedaladas fiscais, que ninguém sabe o que é, para cassá-la
pelo conjunto da obra."
Ronaldo Fonseca (PROS-DF)
"Depois de muito esforço e muitas conversas, decidimos votar 'sim' pelo
impeachment da presidente da República. [...] Não há golpe. A
Constituição nos garante, a constituição respalda este ato."
Alessandro Molon (Rede-RJ)
“O que unifica a Rede é a certeza de que esse processo, pela sua
gravidade, não poderia jamais ser presidido por um deputado réu por
corrupção e lavagem de dinheiro. O que está acontecendo nesta tarde nada
tem a ver com combate à corrupção. Se tivesse, o líder desse processo
não seria o deputado Eduardo Cunha. Esse processo tem a ver com uma
chantagem não atendida, que é uma vingança”
Silvio Costa (PTdoB-PE)
"Quem está tentando assumir o poder é o PCC, Partido da Corja do Cunha.
[...] Esse canalha já devia estar preso. Que país é esse, onde o
bandido, um homem que devia estar na cadeia, quer tirar o mandato de uma
mulhe honrada, uma mulher digna? Que país é este?"
Alfredo Kaeffer (PSL-PR)
"Contra fatos não há argumentos. E os fatos são irrefutáveis. A
presidente Dilma não honrou a Constituição brasileira e cometeu crime.
Não zelou pelas contas públicas, gastou desordenadamente e sem
autorização do Congresso Nacional. Isso é fato absolutamente jurídico.
Mas o fato que deu a consequência muito mais grave que isso, foi a
realidade do Brasil, que com a gastança generalizada, causou o
verdadeiro caos econômico."
Junior Marreca (PEN-MA)
Estamos diante de um processo de impeachment com um relatório sem
embasamento jurídico nenhum. É um relatório que deveria fazer uma
aprovação com simples ressalva das contas e não comprometer a democracia
como estamos fazendo agora." "Estamos colocando a cabeça da presidenta
da República a bel prazer da sociedade brasileira num julgamento
meramente político."
Weliton Prado (PMB-MG)
"O atual mandato de DIlma é totalmente indefensável. O que ela fez na
economia é muito sério e muito grave. Ela está retroagindo. Os avanços
que tiveram estão todos retroagindo agora." "Infelizmente, sabemos que a
saída para o nosso país não é Temer e não é Cunha. A saída para
pacificar é ter novas eleições."
Miguel Haddad (PSDB-SP), líder da Minoria
"Jamais a nação viveu os tormentos que vive no presente. A cada dia a
situação se agrava, a cada hora quase 300 brasileiros perdem seu
emprego. Não há nenhum canto no país em que se possa vislumbrar no rosto
das pessoas algum sinal de esperança. Não estamos julgando os muitos
crimes cometidos pela presidente Dilma Rousseff, diariamente presentes
nas manchetes de jornais. Estamos a decidir o futuro de um país
destroçado por uma presidente da República que, com sua arrogância,
fulminou o Parlamento."