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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Retrospectiva: em 2015, consumidores falaram menos ao celular e aumentaram o uso de internet



Ciência e Tecnologia

Agência Brasil



Uma mudança de comportamento dos usuários de telefonia móvel fez com que, em 2015, o número de linhas de celulares caísse no país pela primeira vez. Serviços como o de TV por assinatura e telefonia fixa também tiveram sua primeira queda no número de usuários, motivada pela crise econômica. No entanto, os serviços de internet fixa e móvel, especialmente na tecnologia 4G, tiveram forte expansão no ano.
O setor de telefonia celular, que vinha crescendo a cada mês, apresentou uma queda de 2,8% no número de linhas ativas neste ano. Em janeiro, havia 281,7 milhões de linhas ativas no país e, em outubro (número mais recente da Anatel), o número havia caído para 273,8 milhões. A tendência de queda na telefonia celular era esperada só para daqui a dois ou três anos pelos agentes do setor, mas começou a ocorrer em junho deste ano.
Boa parte da queda é atribuída à diminuição do número de celulares com chips pré-pagos, segmento que teve redução de 4,5%. O percentual corresponde a uma queda de 10 milhões de chips. No mesmo período, os celulares pós-pagos apresentaram leve aumento, de 0,3%.
A queda no número de usuários de celular pode ser explicada por uma mudança de comportamento dos brasileiros. Em vez de ter dois ou três chips em cada aparelho para usar os serviços de voz, os clientes estão optando por trocar mensagens de texto e de voz por meio de aplicativos como o WhatsApp, que utilizam apenas dados de internet.
“O brasileiro tinha dois ou três chips para se comunicar com pessoas de várias operadoras. Na medida em que ele passa a se comunicar por meio de mensagens, ele não precisa mais disso, o que precisa é de um pacote de dados. Então, vemos o usuário descartando esse segundo ou terceiro chip, o que está levando a um encolhimento da base de pré-pagos”, diz Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco. Segundo ele, essa tendência deve continuar porque o usuário está abandonando o serviço de voz e passando a gastar em dados.
Por causa desse comportamento, o acesso à internet móvel, que já tinha aumentado em mais de 50% no ano passado, cresceu 13,5% entre janeiro e outubro de 2015. O destaque foi para o crescimento dos acessos em 4G, que passaram de 7,8 milhões em janeiro para 20,4 milhões em outubro. A banda larga fixa teve um aumento de 5,4% no número de assinantes. Em janeiro eram 24,1 milhões de usuários, e em setembro cresceu para 25,4 milhões.
O setor de TV por assinatura foi outro que apresentou uma queda pela primeira vez este ano. Em janeiro, eram 19,65 milhões de assinantes, mas os números começaram a cair em maio. Os dados mais recentes divulgados pela Anatel são de outubro e mostram que o número de assinantes passou para 19,39 milhões, uma queda de 1,3%. No ano passado, o setor havia crescido 8,7%. Entre 2010 e 2014, o número de assinantes dobrou.
A crise econômica foi um dos principais motivos para a queda do número de assinantes. O especialista Eduardo Tude explica que a principal queda foi na tecnologia por satélite, que oferece planos mais baratos para atender famílias de renda mais baixa. “Esse pessoal acabou cortando a TV por assinatura e isso deu um impacto este ano. Acredito que, com a melhoria da situação econômica, o setor pode voltar a crescer”.
Na telefonia fixa também houve queda no número de usuários. Em janeiro, havia 45 milhões de linhas ativas e, em outubro, foram registradas 44,04 milhões de linhas de telefonia fixa, uma queda de 2,2%. A crise econômica também pode ser apontada como a causa da redução do número de usuários. “Já havia uma migração dos usuários de concessionárias para as autorizadas, mas o número total se mantinha estável, com um pequeno crescimento, e este ano estamos vendo uma queda. Acredito também que seja devido à crise econômica”, diz o especialista.

Crise e ideologia levam famílias de classe média de volta à escola pública

Por BBC  - Atualizada às 

Ambiente escolar diverso e inclusivo e o peso da mensalidade no orçamento estariam entre as motivações da mudança

BBC
Quando sua filha tinha quatro anos, a funcionária pública carioca Julia Sant'Anna tomou uma decisão que alguns integrantes de sua família e círculo de amigos viram com estranhamento: tirou a menina de uma escolinha particular para colocá-la em uma pública. A decisão foi motivada por uma combinação de fatores.




Sala de aula de uma escola pública no Paraná
Pedro Ribas/ ANPr
Sala de aula de uma escola pública no Paraná


Por trabalhar na área de gestão escolar, Julia sabia que, apesar do sistema de ensino público brasileiro ainda ter inúmeros problemas, algumas escolas estão há algum tempo avançando na questão da qualidade - e que, perto da sua casa, em um bairro de classe média do Rio de Janeiro, havia vagas sobrando em uma instituição municipal com notas altas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb, criado em 2007 para medir a qualidade do ensino da rede pública).
Além disso, Julia queria que a filha fosse educada em um ambiente mais inclusivo e de mais diversidade. "Queria que ela desenvolvesse um senso de justiça, igualdade e cidadania", diz.
Dois anos mais tarde, a carioca diz estar tão satisfeita com a decisão que também pretende matricular seu filho mais novo, hoje em uma creche privada, em uma escola pública.
"Até por trabalhar nessa área, há algum tempo eu já havia entendido que não é porque uma escola é pública que ela é ruim – e não é porque é privada que é boa", diz Julia.
E esse não parece ser um caso isolado. Seja em função da crise econômica ou por, digamos, questões ideológicas ligadas a convicções pessoais – como essa busca por um ambiente educacional mais inclusivo e diverso –, está cada vez mais comum encontrar famílias de classe média que colocam os filhos em escolas públicas.
Segundo a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro, de 2010 a 2015 a participação de estudantes provenientes de escolas privadas na rede pública do Rio subiu de 5,15% para 11,12%.




Julia queria um ambiente escolar com maior diversidade para a filha
Arquivo pessoa
Julia queria um ambiente escolar com maior diversidade para a filha


E só em 2015 o número de matrículas desses egressos da rede particular – em geral crianças de classe média - teria crescido 11,6%.
Em São Paulo, nos últimos cinco anos o número de alunos que passam da rede particular para a pública aumentou cerca de 30%, segundo a Secretaria de Educação, com o total de matrículas de crianças provenientes de escolas privadas saltando de 151,2 mil, em 2011, para 195,7 mil em 2015 (até agosto).
Estatísticas
Mas isso quer dizer que existe um fenômeno massivo de migração da rede privada para a pública? Não necessariamente.
Na realidade, como ressaltou recentemente um estudo de pesquisadores da UFRJ, dados do Censo Escolar do Inep (órgão de pesquisas ligado ao Ministério da Educação - MEC) sugerem que, ao menos até 2014, ocorreu o contrário. Ou seja, o número de matrículas na rede privada aumentou mais que o da rede pública no Brasil e em Estados como Rio e São Paulo.
"De fato não temos o controle sobre quantos alunos fizeram o caminho contrário, indo da escola pública para a privada", admite Andrea Grecco, responsável pelo Departamento de Matrículas da Secretaria de Educação de São Paulo.
O estudo da UFRJ não capta os efeitos da crise econômica e do aumento do desemprego de 2015, que fizeram com que se tornasse mais difícil para muitas famílias continuar pagando o boleto das escolas no fim do mês. "Mas ele mostra que é preciso uma análise mais detalhada do fenômeno de migração de matrículas, para que possamos entender o que está acontecendo e o perfil de quem está saindo e entrando em cada rede", diz a pesquisadora Karina Carrasqueira, coautora do estudo junto com Tiago Bartholo, professor do programa de pós-graduação em Educação da UFRJ. Carrasqueira ressalta que não há contradição entre esses dados e os das secretarias estaduais.
"Mas a questão é que, se houve uma maior migração de alunos de escolas privadas para as públicas, ao menos até 2014, o fluxo no sentido inverso foi ainda maior. Além disso, também é preciso entender como as tendências demográficas afetam a distribuição dos alunos. Uma das hipóteses é que a taxa de natalidade tenha caído mais rapidamente entre famílias mais pobres."
Explicações possíveis
Uma das explicações possíveis para a história de Júlia e outros brasileiros de classe média que teriam optado por trocar a escola particular pela pública seria uma lenta e gradual mudança nas percepções sobre o ensino público, que há algumas décadas vinham se deteriorando.
"De fato muitos aspectos do dia a dia da escola pública me surpreenderam positivamente", diz Julia. "Em algumas, há um grande engajamento da comunidade na tomada de decisões e solução de problemas. Ajudamos a definir como será a festa de fim de ano, por exemplo, e se houver algum desentendimento pedagógico interno você logo fica sabendo, ao contrário do que ocorreria em uma escola privada."
Ela admite que, para matricular os filhos em uma escola pública, os pais de crianças provenientes de escola particular precisam flexibilizar algumas exigências. "Há pouco espaço para frescuras e alguns tipos de demanda. Vai ser difícil se você quiser que seu filho só tome suco de polpa de fruta ou orgânico, por exemplo."
Mas, para ela, as vantagens vão muito além do alívio que é não ter de pagar mensalidade no fim do mês.
"Minha filha passou a conviver com uma diversidade maior de pessoas, tem colegas de todos os espectros sociais. Também nos livramos de alguns 'tem que' das escolas de classe média: 'tem que' ter a coleção de figurinha do personagem tal, ou 'tem que' fazer aniversário em salão de festa caro", diz.
Para Carrasqueira, a possível mudança de percepções sobre o ensino público também é algo que ainda precisa ser investigado.
"Mas de fato algumas pessoas podem estar se dando conta de que, se seus filhos não estão em uma escola particular excelente, talvez possa fazer sentido buscar uma escola pública bem avaliada - ainda mais agora, quando muitos têm a renda familiar atingida pela crise", diz ela. O secretario de Educação do Rio, Antônio José Vieira Neto, atribui essa possível redução da "resistência" da classe média à escola pública em parte a uma melhora da qualidade do ensino na rede. "Há uma revolução na escola pública", defende, embora também haja quem refute que tenha ocorrido qualquer "salto de qualidade".
Escolas referência
A maioria das famílias de classe média busca, como era de se esperar, escolas de referência ou que tenham altas notas nos sistemas de avaliação da rede pública. Em algumas, como na escola municipal em que está a filha de Julia, sobram vagas. Em outras, a disputa é acirradíssima.
No último processo de seleção do Colégio de Aplicação da UFRJ, por exemplo, cerca de 3 mil candidatos disputaram menos de 90 vagas. Houve sorteio para decidir quem ficaria com as vagas em um auditório repleto de pais, que choravam emocionados se o nome do filho fosse anunciado.
Para 2016, o Colégio Estadual Chico Anysio, uma escola de referência carioca, recebeu 1.582 inscrições para suas 96 vagas, sendo 911 de alunos oriundos da rede particular. Na comparação com o ano passado, a porcentagem de inscritos vindos de escolas privadas saltou de 23% para 58%.
Durante duas semanas, a BBC Brasil entrevistou alguns integrantes de famílias de classe média que colocaram os filhos em escolas públicas recentemente.
E um dado interessante é que boa parte dos entrevistados também disseram que ter morado no exterior - em países onde a classe média frequenta escolas públicas – teria lhes ajudado a "abrir a cabeça" para essa possibilidade.




Designer gráfica  Suye Okubo  e seus dois filhos
Arquivo pessoal
Designer gráfica Suye Okubo e seus dois filhos

A professora universitária Renata Wassermann é um exemplo. "Como morei na Europa, sempre achei estranho essa história de que muita gente no Brasil nem cogita escola pública, mesmo se a escola tem uma boa avaliação", diz ela.
Há dois anos, Renata tirou seu casal de filhos, de 9 e 11 anos, de uma escola particular em São Paulo para colocá-los na Escola Municipal Desembargador Amorim Lima, no Butantã, porque "achou a filosofia da escola incrível".
"Ela cobre o currículo nacional a partir de roteiros temáticos que perpassam todas as matérias. Cada criança escolhe a ordem dos temas que vai tratar e não há provas tradicionais. O professor corrige as fichas que são produzidas pelos alunos no fim de cada 'roteiro'", conta.
Também pesou na decisão de Renata o fato de ela ter se mudado com a família para uma casa perto da Amorim Lima e não estar muito satisfeita com a escola particular em que os filhos estavam. Ela conta que, no início, seus filhos acharam a escola "meio bagunçada". "Mas logo eles se adaptaram", diz.
Crise
É claro que há muitos pais de classe média colocando os filhos em instituições públicas basicamente porque, por um motivo ou outro, precisam se livrar da mensalidade escolar.
Segundo Grecco, da Secretaria de Educação de São Paulo, por exemplo, em 2015 teriam aumentado muito as transferências de alunos da rede privada no meio do ano, provavelmente em função da crise econômica. "Algumas famílias estão ficando sem condições de pagar a mensalidade", avalia.
Para Mozart Ramos, diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna (instituição que ajudou a desenvolver o modelo educacional do Colégio Chico Anysio), isso já era esperado.
"Hoje há escolas públicas excelentes, mas o desafio é expandir essa qualidade para a rede, ou seja, fazer as ilhas virarem arquipélagos", diz.
"Por isso, não há como negar que, na média, a percepção geral ainda é de que a escola particular oferece melhor currículo, o que cria um movimento pendular nas matrículas: quando a população tem ganhos econômicos tende a levar os filhos para instituições privadas. Com a crise e o aumento do desemprego, o movimento é o contrário."
A designer gráfica Suye Okubo está entre os que matricularam os filhos na rede pública por questões econômicas. Suye tinha um filho em escola particular, mas quando a filha nasceu, em meio a um processo de divórcio, não tinha condições de pagar uma segunda mensalidade. Foi quando ela ouviu de uma amiga a recomendação de uma creche pública nas proximidades da escola do filho e foi conferir.
"Hoje tenho uma filha em creche pública e um filho em escola particular, mas como as contas da família estão apertadas, penso em mudá-lo para a rede pública pelo menos por um ano para quitar dívidas e ter um alívio financeiro", diz.
Para Suye, os dois sistemas de ensino têm suas vantagens e desvantagens. No geral, porém, ela considera a instituição em que está o filho, particular, melhor que a da filha, pública.
"A creche em que minha filha está tem várias qualidades. As professoras são dedicadas e carinhosas com as crianças e há mais diversidade entre os alunos – na sala de meu filho, na escola particular, não há um único negro, por exemplo", diz.
"Mas também há problemas, embora nada grave, felizmente. Só para mencionar alguns exemplos: a burocracia é maior para tudo, você precisa apresentar atestado de que vai ter de trabalhar para levar a criança na escola em janeiro ou marcar hora para falar com funcionários. A alimentação também deixa a desejar – o cardápio inclui itens não saudáveis como salsicha e margarina."
Impacto
Existe um debate sobre como um eventual retorno da classe média poderia impactar o sistema público. Para alguns críticos, o risco é que esse movimento amplie a competição por recursos limitados, reduzindo a chance dos mais pobres conseguirem vagas em creches (que são limitadas) e nas escolas de melhor qualidade.
Para Maria do Pilar Lacerda, ex-secretária de educação básica do MEC, porém, o efeito seria um aumento da pressão por melhorias rápidas no sistema.
"No Brasil temos muitas crianças pobres cujos pais não estudaram. E em muitos casos, esses pais não têm repertório para participar dos debates sobre as mudanças nas escolas, nem sabem como pressionar por melhorias. A volta da classe média à escola pública tenderia a ajudar nesse ponto, o que pode ser um efeito inusitado da crise econômica", defende a ex-secretária.
Ramos, do Instituto Ayrton Senna, e Vieira, secretário de Educação do Rio, concordam. "Os pais de classe média têm uma tendência maior de participação na escola. Eles já estavam acostumados a cobrar e acabam cobrando mais da diretoria e autoridades responsáveis – o que é ótimo para a escola", diz Vieira.
Lacerda admite, porém, que seria interessante criar regras de acesso para impedir que algumas poucas escolas-modelo ou de boa qualidade sejam loteadas por integrantes da classe média, enquanto a qualidade de outras escolas fique estagnada.
"O interessante é ter uma mistura de todas as classes sociais. Toda a sociedade ganha com as crianças sendo educadas em um ambiente de maior diversidade", opina.
    Leia tudo sobre: BBC • Brasil • Educação • Crise • Escola pública

    Quase 40 milhões ficarão sem segurança na internet em 1º de janeiro


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    Diversos países emergentes ao redor do mundo, assim como alguns cidadãos brasileiros, ficarão parcialmente desprotegidos ao navegar na internet já nas primeiras horas do dia 1 de janeiro de 2016. Ao todo, serão quase 40 milhões de usuários deixados para trás com a atualização dos protocolos de segurança da web.
    Hoje, ao usar o Google Chrome, Mozilla Firefox ou Microsoft Edge, um ícone de um cadeado e a sigla HTTPS surgem no início da maioria dos endereços eletrônicos disponíveis na web. Isso indica que a página que você está tentando acessar é devidamente criptografada e segura – como o Facebook e o Gmail.
    O certificado que garante a um site sua segurança é conhecido atualmente como SHA-1. Contudo, o CA/Browser – grupo que determina quais páginas ganham essa certificação – decidiu que o SHA-1 não é mais tão seguro, e, a partir de 1 de janeiro de 2016, só emitirá certificados no padrão SHA-2.
    É aqui que entra o problema. Navegadores ou sistemas operacionais mais antigos não possuem suporte para o novo padrão, e, por isso, não serão capazes de validar a autenticidade de páginas como a do Facebook e outras áreas criptografadas da internet. Na prática, celulares lançados há mais de 5 anos, por exemplo, não terão mais a mesma segurança para navegar na web.
    Dependendo da plataforma e do navegador usado, é possível que esses sites sequer sejam liberados para o usuário que não tiver suporte ao SHA-2. Na China, por exemplo, cerca de 6% dos internautas serão afetados pela mudança, que atinge principalmente mercados emergentes.
    Organizações como a CloudFlare e o próprio Facebook já se mobilizam para evitar que 40 milhões de pessoas sejam prejudicadas na virada do ano. A rede social já até apresentou sua alternativa: construir um mecanismo de código aberto que permita aos desenvolvedores habilitarem versões mais antigas de seus browsers ao SHA-2.
    Se você usa uma versão do Google Chrome superior à 39; Mozilla Firefox 37 ou mais novo; ou Microsoft Edge, navegador padrão do Windows 10; não há com o que se preocupar. Esses browsers já possuem suporte ao padrão SHA-2. Mas se estiver em um Android 2.2, ou mesmo no Windows XP, seus dias de segurança na web estão contados. Pelo menos enquanto uma solução definitiva não for encontrada.

    sábado, 12 de dezembro de 2015

    Homem fatura R$ 4 mil por mês com venda de jogos prontos da Mega

    12/12/2015 07h00 - Atualizado em 12/12/2015 08h27

    Clientes são advogados, empresários e taxistas, diz morador do DF.

    Mega sorteia R$ 135 milhões neste sábado; apostas vão até as 19h.

    Jéssica NascimentoDo G1 DF
    Jose Amilca, de 50 anos, segura jogos prontos de Mega-Sena (Foto: Jéssica Nascimento/G1)Jose Amilco, de 50 anos, segura jogos prontos de Mega-Sena (Foto: Jéssica Nascimento/G1)
    Um morador do Distrito Federal arrumou um jeito inusitado de pegar carona na sorte da Mega-Sena sem nunca ter acertado uma bolada em algum sorteio: José Amilco, de 50 anos, sustenta a mulher e dois filhos vendendo jogos prontos da loteria. Ele diz que chega a faturar R$ 4 mil por mês vendendo os bilhetes. No final do ano, com a Mega da Virada, o faturamento chega a R$ 10 mil, afirma.
    Segundo ele, os principais clientes são advogados, empresários e taxistas. "Eles procuram comodidade e rapidez. Não querem ficar horas em filas de lotéricas", diz. "Tem cliente que gasta R$ 500 por semana. Eu sempre faço jogos na própria máquina das lotéricas. Porém, quando acordo me sentindo sortudo, eu mesmo faço os jogos."
    O vendedor de loterias trabalha das 8h às 20h no Setor Comercial Sul, em Brasília. Ele faz jogos simples em lotérias e compra bolões da Caixa para revender. "Não só vendo como também jogo. Chego a gastar uns R$ 400 por mês. Também quero ficar rico", brinca.
    Apesar disso, a única vez que ganhou na loteria em quase 30 anos de atividade foi na Quina – ele embolsou R$ 550 há alguns anos, menos do que a recompensa de R$ 1 mil dada por um cliente que ganhou R$ 50 mil com um bilhete vendido por ele.

    Amilco se diz "apaixonado" por sua atividade. Segundo ele, ser autônomo e fazer o próprio horário de trabalho faz com que a "vida seja mais tranquila e sem muitas preocupações". "Eu pago INSS e seguro no banco, tudo na legalidade. Trabalho pra ganhar meu pão de cada dia e, de quebra, ainda tento ficar milionário."
    Clientes de José, Alfreido Caimbra e Welington Campos, compram jogos da Mega-Sena (Foto: Jéssica Nascimento/G1)Clientes de José, Alfreido Caimbra e Welington Campos, compram jogos da Mega-Sena (Foto: Jéssica Nascimento/G1)

    Facilidade
    Para o vigilante Welington Campos, de 47 anos, o serviço de Amilco facilita a vida de muita gente que joga na loteria. Apostador desde os 13 anos, o homem sonha em conquistar a quantia por meio de bolões.
    Não só vendo como também jogo. Chego a gastar uns R$ 400 por mês. Também quero ficar rico"
    José Amilco, vendedor de bilhetes de loteria
    "Sempre compro o bilhete de R$ 10, que vêm com mais de oito dezenas. Ninguém ganha jogando apenas 6 dezenas e com apenas um jogo, entende? Não consigo acreditar que esse povo quer ganhar tudo sozinho. R$ 10 milhões para cada um está bom demais", diz.
    O aposentado Alfredo Caimbra diz que procura Amilco pela rapidez, confiança e probabilidade de ganhar a "bolada". De acordo com o homem, bolões são a melhor forma de disputar o prêmio.
    "Não tenho muito tempo pra ficar em filas de lotérica. Como nunca desisto de ser o grande vencedor da Mega-Sena, compro toda semana jogos com o José [Amilco]. Já tenho o celular dele e sempre marcamos de nos encontrar em uma lotérica do Setor Comercial Sul", conta.
    Sorteio milionário
    A Caixa Econômica sorteia nesta sábado (12) um prêmio acumulado de R$ 135 milhões. As apostas podem ser feitas até as 19h, em qualquer lotérica do país. O jogo mínimo, com seis dezenas, custa R$ 3,50.
    A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas. Para a aposta simples, com seis dezenas, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
    Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 17.517,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003.

    Acertou na Mega? Especialistas dizem o que ganhador não deve fazer


    Proteger o bilhete e escrever nome e CPF no verso é uma das dicas.
    Não conte para todo mundo, mas avise alguém de confiança, diz consultor.

    Do G1 DF
    Apostadores fazem fila em rodoviária do Plano Piloto (Foto: Marianna Holanda/G1)Apostadores fazem fila em rodoviária do Plano Piloto (Foto: Marianna Holanda/G1)
    Apostadores de todo o país sonham com o que fariam se ganhassem na Mega-Sena, mas quase nunca pensam no que não fariam caso acertassem as seis dezenas. Um especialista de segurança, um consultor financeiro e um gerente da Caixa Econômica ouvidos pelo G1 dão dicas para quem ganhar os R$ 125 milhões que serão sorteados nesta quarta-feira (9), às 20h. Confira:

    1) Não deixe o bilhete 'solto'; ponha nome e CPF no verso
    Muitas pessoas podem não saber, mas o bilhete da Mega-Sena é um título ao portador – quem tiver a posse da aposta impressa pode receber o prêmio. A primeira coisa que o ganhador deve fazer é escrever nome completo e CPF no verso do bilhete, diz o consultor em segurança Daniel Lorenz.

    Bilhete da Mega-Sena  (Foto: Raul Zito/G1)Bilhete da Mega-Sena (Foto: Raul Zito/G1)
    Ele indica também ao vencedor proteger o documento em um saco plástico. “Imagina se a pessoa for comemorar que ganhou com um bilhete na mão e o copo de uísque em outra? Tem que deixar o bilhete em um local seguro”, afirma.
    2) Não faça publicidade de sua sorte, mas conte a alguém de confiança
    O medo de que a notícia de que o apsotador acertou as seis dezenas se espalhe é tanta, que muitas pessoas dizem que sequer contariam para a mãe. O ideal, por motivos de segurança, é que não se conte para todo mundo, mas é preciso avisar a pelo menos uma pessoa de confiança, defende Lorenz.

    “Se a pessoa morrer de infarto sem contar para ninguém do prêmio, o bilhete vai ficar sem dono”, disse o especialista. Essa pessoa de confiança pode ajudar o ganhador ou ganhadora na retirada do prêmio também.

    Se você já viveu a vida toda na dureza, espere um pouco, não gaste tudo. Cada pessoa tem uma necessidade diferente. Então, se você quer um carrão de luxo, você vai poder ter. A questão é você perder a cabeça e querer comprar tudo. Até porque depois vão surgir outras necessidades"
    Marcos Melo, professor de finanças do Ibmec
    “Antes de ir retirar o prêmio, envie a pessoa de confiança a uma agência da Caixa com uma cópia do bilhete premiado para falar com o gerente e receber as instruções para o recebimento do prêmio por você”, diz.
    3) Não ande desprotegido
    A segurança pessoal é muito importante, principalmente nos primeiros dias da nova vida de milionário. A dica de Lorenz é que o sortudo se hospede em um hotel, com todas as proteções possíveis. “Se alguém desconfiar que você ganhou, o primeiro lugar que vão procurar é na sua casa. No hotel, você pode ficar em uma suíte presidencial, como você quiser”, aconselha.

    Para os dias seguintes, é interessante pensar em contratar uma equipe de segurança. O tamanho dessa equipe depende do tamanho da vontade de ostentar: “Tem que encontrar um sistema de segurança compatível com seu modo de vida”, diz Lorenz.
    Mesmo para os mais discretos, é difícil não aparentar nenhum “sinal exterior de riqueza – um carro novo, uma bolsa de luxo ou reformas na casa. A estratégia nesses casos pode ser assumir que o apostador ganhou uma bolada, mas “parcialmente”.
    “O importante neste momento é inventar uma história de cobertura. Fale que ganhou em uma loteria menor, ganhou R$ 3 milhões, R$ 4 milhões, o suficiente para reformar a casa, mas não para poder distribuir entre familiares ou amigos”, diz Lorenz.
    Cédulas de real e uma calculadora ao lado de contas. notas, dinheiro, reais, cotação, câmbio, valor, economia, crise, pobreza. -HN- (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
    Cédulas de real e uma calculadora ao lado de
    contas (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
    4) Não invista sem planejamento ou critérios
    “Se você já viveu a vida toda na dureza, espere um pouco, não gaste tudo”, aconselha o professor de finanças do Ibmec Marcos Melo. O primeiro passo seria não mexer no dinheiro até a "ficha cair".

    Para isso, o ganhador precisa investi-lo em algum lugar, preferencialmente não na poupança, “porque o rendimento tende a perder da inflação”, diz. Para Melo, uma opção é investir em títulos públicos.

    “Cada pessoa tem uma necessidade diferente. Então, se você quer um carrão de luxo, você vai poder ter. A questão é você perder a cabeça e querer comprar tudo. Até porque depois vão surgir outras necessidades”, afirma o professor.
    De acordo com o especialista, a pessoa deve aplicar o dinheiro de forma a ter uma renda mensal. “Senão acontece como já vimos muitas vezes e a pessoa perde tudo.” O ideal é que a pessoa procure um especialista que possa ajudar com informações sobre investimentos.
    Investimento em ações depende de conhecimento do mercado. Ações tendem a ter valores muito voltáteis, dependendo da área de investimento, e das situações econômica e política. O melhor é recorrer a uma consultoria, caso o vencedor queira entrar nesse mercado.
    Mansões da Península dos Ministros, na QI 12 do Lago Sul; ganhador teria vizinhos ilustres como Nenê Constantino, fundador da empresa de aviação GOL e o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) (Foto: Rafaela Céo/G1)Mansões da Península dos Ministros, na QI 12 do Lago Sul; ganhador teria vizinhos ilustres como Nenê Constantino, fundador da empresa de aviação GOL e o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) (Foto: Rafaela Céo/G1)
    5) Não compre a primeira casa que vir
    O sonho da casa própria é provavelmente o mais compartilhado entre todos os apostadores da Mega. Mas para o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imovéis do DF, Hermes Alcântara, o ideal é que o ganhador segure esse impulso.

    “A prioridade deve ser encontrar uma casa que atenda as necessidades do ganhador, mas que também possa dar retorno financeiro. Não precisa comprar a primeira casa que vir”, argumenta o presidente do conselho. O primeiro imóvel não necessariamente é o ideal, segundo Alcântara. E se o ganhador comprar no impulso, ele pode acabar ficando “preso” a um imóvel que não quer.
    “Lembrando que um imóvel é um investimento como outro qualquer. A pessoa pode investir em imóveis para gerar mais renda e, neste caso, é melhor comprar imóveis mais baratos, mais centrais”, explica o presidente do conselho. “O ganhador pode morar em uma casa de luxo, mas é mais difícil alugar”, completa.

    Prêmio milionário e probabilidade de acerto
    O sorteio da Mega-Sena de R$ 125 milhões será realizado às 20h. As apostas podem ser feitas até as 19h. A aposta mínima, de seis dezenas, custa R$ 3,50. Se houver mais de um acertador das seis dezenas sorteadas, o prêmio é dividido entre o número de apostas. Se ninguém acertar, o valor acumula para o próximo sorteio.

    Os prêmios prescrevem 90 dias após a data do sorteio. Depois desse prazo, os valores são repassados ao Tesouro Nacional para aplicação no Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).
    A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas. Para a aposta simples, de seis dezenas, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Para um jogo com 15 dezenas (limite máximo), a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003. A aposta nesse caso custa R$ 17.517,50.