Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Maior serviço público de urologia do estado de São Paulo, o Centro de Referência em Saúde do Homem atendeu 15 mil pacientes para consultas de oncologia e patologias da próstata em 2011. Desse total, 20% se recusaram a passar pelo exame retal para diagnóstico do câncer de próstata.

O coordenador do centro de urologia, Cláudio Murta, alerta que certos tumores só são detectados por meio do exame do toque, como é popularmente conhecido. Para ele, o percentual de homens que deixam de se submeter ao procedimento 'é alto e preocupante'. 'A gente sabe que o câncer de próstata é o mais comum que afeta os homens', lembrou.

'Existe uma questão cultural de os homens acharem que, ao fazer o toque retal da próstata, vão perder a masculinidade', acrescentou Murta sobre as razões que levam os pacientes a evitar o exame. Há ainda, segundo o médico, outros fatores, também culturais, que fazem com que o homem não cuide da saúde.
'Tem uma questão também do homem, por ser o provedor da casa e não querer faltar ao trabalho para ir
ao médico', ressaltou.

Essas resistências vêm, entretanto, sendo vencidas ao longo do tempo, de acordo com Murta. 'O que a gente percebe na prática clínica é que nos últimos dez, 15 anos, vem caindo gradativamente o número de homens que se recusam a fazer o exame. E isso se reflete nos números de diagnóstico precoce de câncer de próstata', destacou o especialista.

A identificação da doença nos estágios inciais facilita o tratamento e o torna menos invasivo. A partir dos 45 anos, todos os homens devem fazer um check-up anual. 'Podemos afirmar que os homens estão mais conscientes e, por influência da esposa e dos filhos, buscam mais ajuda médica. Mesmo assim, eles ainda vivem menos do que as mulheres' diz Murta, ao alertar que o público masculino precisa dar mais atenção à saúde.

Edição: Juliana Andrade
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