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sábado, 7 de setembro de 2013

Brasil dá show e goleia Austrália em Brasília

7/9/2013 às 18h04 (Atualizado em 7/9/2013 às 18h20)


Time verde-amarelo venceu por 6 a 0 e encantou a torcida no Mané Garrincha
Do R7
Se o torcedor ainda tinha alguma desconfiança com a seleção brasileira, ela foi embora neste sábado (7), no Mané Garrincha. O time verde-amarelo não tomou conhecimento e goleou a Austrália por 6 a 0 e ainda recuperou a confiança rumo à Copa 2014. Jô (duas vezes), Neymar, Ramires, Alexandre Pato e Luiz Gustavo fizeram os gols da vitória em Brasília (DF).

O time de Luiz Felipe Scolari reencontrou o futebol que encantou a torcida na campanha que levou o título da Copa das Confederações para vencer o amistoso. De novo marcando firme e com um toque de bola afiado, o time não deu a menor chance para os adversários. A equipe nem de longe foi aquela que perdeu para a Suíça, em meados de agosto, e agradou ao técnico.

Felipão também mostrou que tem boas peças de reposição e Maicon, Maxwell, Ramires e Pato deram conta do recado. Eles não estavam na Copa das Confederações e mostraram que querem brigar por uma das vagas ainda em aberto para a Copa do Mundo.
As coisas ficaram mais fáceis para o Brasil logo aos 8 minutos de jogo. Mesmo desfalcado de Hulk e Fred (ambos com problemas na coxa), o trio de ataque deu conta do recado. Neymar começou a jogada pela ponta esquerda, cruzou toda a área para Bernard acertar a trave. Na sobra, o artilheiro Jô aproveitou para abrir o placar.

Não demorou muito para o ataque aprontar das suas mais uma vez. Com a alegria nas pernas de sempre, Bernard arrancou pelo lado direito do campo e cruzou para Jô se esticar todo e marcar o segundo aos 33 minutos. A torcida ainda comemorava quando Ramires deixou Neymar livre para o craque dar um biquinho e marcar o terceiro da seleção.

No segundo tempo, a história se repetiu. O Brasil chegou ao quarto gol logo aos 12 minutos, com bela cabeçada de Ramires, que fazia sua volta à seleção. O show continuou 15 minutos depois. Hernanes deu lindo passe para Neymar cruzar na área e Alexandre Pato marcar de letra o quinto do Brasil. Quando a torcida cantava olé, Luiz Gustavo ainda teve tempo para acertar um chutaço e também assinar o seu.
As demais substituições da seleção também se mostraram eficientes e foi só esperar o apito final. Com o resultado, Felipão recuperou a moral com a torcida e, de quebra, também escreveu a maior goleada nesta segunda passagem pelo time verde-amarelo.

Agora a seleção brasileira viaja para Boston, nos Estados Unidos, para enfrentar a seleção portuguesa na terça-feira (10). O desfalque certo da equipe é o lateral-esquerdo Marcelo, que sofreu uma lesão na coxa e foi substituído por Maxwell. Depois de marcar três gols pelas Eliminatórias da Copa, o craque Cristiano Ronaldo será poupado do amistoso.  O time luso é líder do Grupo F, com 17 pontos.

Dilma 'exige' transparência dos EUA para manter visita


Atualizado em  6 de setembro, 2013 - 12:14 (Brasília) 15:14 GMT
Barack Obama e Dilma Rousseff (Foto Getty Image)
Barack Obama e Dilma Rousseff: encontro em meio a mal-estar criado por caso de espionagem
A presidente Dilma Rousseff condicionou sua visita oficial aos Estados Unidos, programada para outubro, a ações que a Casa Branca teria de tomar, segundo Brasília, em resposta ao escândalo desatado pelas denúncias de que mensagens da Presidência brasileira teriam sido monitoradas pela Agência Nacional de Segurança americana (NSA).
Dilma encontrou-se o com o presidente dos EUA, Barack Obama, na noite de quinta-feira, durante a reunião de Cúpula do G20 em São Petersburgo, na Rússia.
Ela diz ter exigido do presidente americano que Washington abra "tudo" o que tem sobre o Brasil. "Eles vão me informar o tamanho do rombo", disse a presidente no início da tarde desta sexta-feira no aeroporto de São Petersburgo, antes de embarcar de volta a Brasília. "Quero saber tudo o que há sobre o Brasil. Acho complicado ficar sabendo dessas coisas pelos jornais."
De acordo com Dilma, Obama teria assumido a "responsabilidade direta e pessoal" pelas investigações sobre as ações de espionagem, comprometendo-se tanto com a apuração das denúncias quanto com a adoção de medidas que o governo brasileiro ache necessárias.
O presidente americano também teria manifestado disposição em criar "condições políticas" para a visita de outubro. "Minha viagem depende dessas condições políticas", afirmou Dilma.
Em entrevista coletiva nesta sexta na Rússia, Obama disse levar as alegações de espionagem "muito a sério", que vai trabalhar com os governos de Brasil e México (que também teria sido espionado) para "resolver essa fonte de tensão" e que considera "dar um passo atrás e rever" o trabalho dos serviços de inteligência dos EUA.
"Não é só porque temos a possibilidade de obter uma informação que devemos consegui-la. Pode haver custos e benefícios de fazer certas coisas, e temos que pesar isso", disse. E agregou que o episódio não supera "a grande quantidade de interesses que compartilhamos com esses países (Brasil e México)".
"Há um motivo pelo qual fui ao Brasil e convidei a presidente aos EUA. O Brasil é um país incrivelmente importante, uma incrível história de sucesso de transição de um governo autoritário à democracia, uma das economias mais dinâmicas do mundo e, para as duas maiores economias do hemisfério, ser aliados só traz bem aos seus povos", declarou Obama.
Os dois líderes teriam acertado que até quarta-feira será feito um contato entre o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, e a assessora para Assuntos de Segurança dos EUA, Susan Rice, para que o governo americano apresente formalmente sua proposta de resposta ao escândalo.
Se necessário, os próprios presidentes também voltariam a se falar.
A partir dessa apresentação formal, o governo brasileiro avaliará se mantém ou não a visita. Dilma não estabeleceu, porém, nenhum prazo para que a decisão final seja tomada.

Tema global

A presidente brasileira também contou que manifestou a Obama sua "indignação" com as denúncias sobre o monitoramento de suas mensagens.
Segundo ela, o tipo de relação que os dois países mantinham era incompatível com atos de espionagem e estes colocaram em risco "interesses econômicos do Brasil, a soberania do país e direitos civis": "É estarrecedor por se tratar de um país que tem na sua Constituição a proteção às liberdades civis", disse. "É gravíssimo espionar um pais democrático, não há como alguém possa defender isso."

Jantar do G20 (Foto Reuters)
Jantar entre líderes do G20: questões políticas minaram clima de encontro
Dilma também teria reiterado que seu governo pretende ir a fóruns internacionais como a ONU para propor mudanças na governança da internet. Ela defendeu que o tema precisa ser tratado de forma global, porque "extravasa a relação bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos".
"Todos os países estão ameaçados de estarem sendo ou terem sido espionados", afirmou.
"O que ocorreu com o Brasil é um fato gravíssimo porque o Brasil é uma forte, sólida e grande democracia, que convive há mais de 140 anos em harmonia com os vizinhos. Não tem conflitos étnicos e religiosos e não abriga grupos terroristas. Isso joga por terra qualquer justificativa de que tais atos de espionagem seriam (realizados) para combater o terrorismo."

Casa Branca

O encontro entre Dilma e Obama também foi comentado, ainda que com menos detalhes, pelo vice-assessor de Segurança Nacional americano, Ben Rhodes, que afirmou que seu país "entende o quão importante o tema é para os brasileiros".
"Entendemos a força do sentimento deles sobre isso", afirmou. "Nós nos focamos em deixar claro - para que os brasileiros entendam - exatamente qual a natureza de nossos esforços de inteligência."
Segundo Rhodes, o governo americano trabalhará com o brasileiro para solucionar a questão "por meio de canais diplomáticos e de inteligência".
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, que também teria sido vítima da espionagem da NSA, segundo os documentos divulgados pelo jornalista americano Glenn Greenwald, afirmou que os Estados Unidos precisarão apresentar medidas fortes para tentar desfazer os danos causados às relações bilaterais pelo caso.
"O governo mexicano pediu aos Estados Unidos que conduzam uma investigação plena sobre quem é responsável pela espionagem, se ela realmente aconteceu", afirmou Peña Nieto em uma entrevista à TV russa.
O líder mexicano disse ter questionado Obama sobre "ações que o governo americano poderia tomar para estabelecer essa investigação": "Algumas medidas precisam ser tomadas, precisa haver consequências".

Protestos e tumulto marcam 7 de Setembro pelo país

Atualizado em  7 de setembro, 2013 - 15:49 (Brasília) 18:49 GMT
Manifestante em Brasília
Manifestantes entraram em confronto com a polícia nos arredores do estádio de Brasília
Os já habituais protestos do 7 de Setembro ganharam força neste ano, quase três meses após a onda de manifestações que varreu o país. Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo foram palco dos protestos mais violentos. Houve confronto com a polícia e dezenas de detenções.
O protesto teve os manifestantes habituais, como os movimentos sociais em torno do Grito dos Excluídos (de inspiração católica). Mas, neste ano, foi engrossado por muitos dos manifestantes que em junho foram à ruas pela primeira vez, durante os protestos dos 20 centavos. E cenas de confronto voltaram a se repetir.
No Rio, manifestantes entraram na avenida do desfile cívico-militar pela manhã. Houve confronto, bombas de águas e feridos, entre manifestantes e público. À tarde, manifestantes, incluíndo black blocks, seguiram ao monumento Zumbi dos Palmares, na avenida Presidente Vargas, e queimaram a bandeira do Brasil. O grupo seguiu depois ao palácio da Guanabara, sede do governo. Segundo informações oficiais, 27 manifestantes foram detidos.
Na capital de São Paulo, manifestantes chocaram-se com a polícia no centro antigo. Um grupo, com black blocks, tentou depredar a Câmara Municipal e seguir depois para a Sé. Ainda não há balanço oficial sobre o número de detidos.
Em Brasília, manifestantes se enfrentaram e foram dispersos pela polícia nos arredores do Congresso, do estádio Mané Garrincha e no Museu da República. Segundo informações oficiais, foram detidos 35 adultos e 15 adolescentes.
O protesto teve início em frente ao Congresso Nacional, com cerca de 3 mi manifestantes. A concentração se deu a pouca distância da tribuna onde a presidente Dilma Rousseff acompanhava o desfile cívico-militar em comemoração aos 191 anos da independência.
Parte do grupo dirigiu-se depois ao entorno do estádio Mané Guarrincha, onde a Seleção Brasileira enfrentou a Austrália em jogo amistoso.
A Polícia Militar do Distrito Federal bloqueou o acesso, com a tropa de choque e a cavalaria. Manifestantes entraram em confronto e a cena seguinte foi de corre corre em meio ao gramado seco da capital federal.
Bombas de gás lacrimogênio e spray de pimenta foram usados na dispersão dos manifestantes, que voltaram a se enfrentar com os policiais na rodoviária.
Os manifestantes seguiram pelo eixo monumental em direção ao Congresso. Foram contidos pela polícia, deram meia volta e seguiram ao Museu da República, onde se deram outras cenas de confronto.

Rio

Protesto no Rio | Foto: Julia Carneiro
Bombas de gás foram lançadas próximo às arquibancadas no Rio (Foto: Júlia Carneiro)
No Rio, pela manhã, houve confronto com a polícia nos arredores do desfile militar na Avenida Presidente Vargas. Manifestantes, em sua maioria membros dos black blocs, furaram o bloqueio e entraram na área da parada militar, segundo relato da BBC Brasil, Júlia Carneiro.
"Os black blocks entraram na faixa paralela à do desfile e começaram a acompanhar a parada. Mas um grupo de cerca de 15 policiais do Batalhão de Choque chegou por trás do protesto e começou a atirar bombas de gás lacrimogêneo, embora os manifestantes estivessem logo ao lado das centenas de pessoas que assistiam ao desfile de arquibancadas. A correria foi imediata – as bombas de gás atingiram igualmente os manifestantes e as famílias, crianças e idosos que foram ao centro para acompanhar as celebrações do 7 de Setembro".
"Após o fim do desfile militar, outro protesto – o tradicional Grito dos Excluídos, organizado todo ano paralelo aos desfiles da Independência – seguiu por uma Presidente Vargas já vazia em tom mais festivo, com músicos puxando palavras de ordem em ritmo de carnaval. Grande parte das frases era contra o governador Sérgio Cabral, chamado de ditador pelos manifestantes".
"O protesto manifestação seguia pacífica mas houve confrontos com a polícia próximo à Central do Brasil e correria quando bombas de gás foram lançadas. O protesto terminou na Estátua Zumbi dos Palmares. Manifestantes subiram nos mastros em frente ao monumento e retiraram as bandeiras do Brasil e do Estado do Rio que estavam hasteadas. Um grupo rasgou e queimou as bandeiras para depois hastear uma bandeira preta no lugar".

País

Em São Paulo, manifestantes se concentraram em frente ao Masp (Museu de Arte), na avenida Paulista, que ficou tomada por policiais.
Um grupo seguiu para o centro antigo da capital paulista. Outro grupo fechou a avenida 23 de Maio. Houve confronto com os policias em frente à Câmara Municipal. Agências bancárias foram depredadas na região da Sé.
No Rio Grande do Sul, agências bancárias também foram depredadas e houve prisões em Porto Alegre.
Em Minas Gerais, manifestantes black blocks também entraram em confronto com a polícia na praça da Liberdade, em Belo Horizonte.

Protesto no Rio | Foto: Reuters
Manifestantes mascarados usaram fogos de artifício durante protesto no centro do Rio de Janeiro
Protestos foram ainda registrados em Teresina (PI), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Curitiba (PR), Belém (PA) e outras capitais. Manifestantes portando máscaras foram presos em Fortaleza (CE).
Em Maceió, integrantes de movimentos sociais interromperam o desfile cívico após ocupar a área da parada militar.

Protestos e reforço de segurança

O Dia da Independência chega quase três meses após a onda de protestos que tomou as ruas do país. No Facebook, a convocação do grupo Anonymous para o autodenominado "maior protesto da história do Brasil" tinha mais de 400 mil confirmações para eventos em 149 cidades até sexta-feira, ainda que isso não necessariamente reflita o número de pessoas que estarão nas ruas.
Outros grupos, como o Grito dos Excluídos e o Movimento Brasil Contra a Corrupção, também convocaram protestos em quase todos os Estados.
Já se previa que o uso de máscaras fosse um dos pontos polêmicos durante as manifestações. Diferentes Estados criaram regras distintas sobre o assunto.
No Distrito Federal, a polícia está autorizada a deter manifestantes mascarados que não quiserem se identificar. Pernambuco também proibiu que os manifestantes cubram o rosto. Já em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin disse que não há orientação nenhuma à Polícia Militar para abordar pessoas com máscaras.
No Rio de Janeiro, o governo voltou atrás e decidiu permitir o uso de máscaras, mas os policiais fluminenses podem pedir às pessoas que descubram o rosto e se identifiquem.