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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Maioria dos acreanos são evangélicos



evengelicos_capa(Foto: Francisco Chagas)

Em segundo lugar está o estado de Rondônia com 19,95%

O Acre está no topo da lista dos Estados brasileiros com maior número de evangélicos pentecostais do Brasil, com o índice de 24,18% do total, segundo revela o novo Mapa das Religiões elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em Rio Branco, a proporção é de 28,43%.
Os resultados foram formados com base em dados de 2009 da Pesquisa de Orçamento Familiar, do IBGE. Em segundo lugar está o estado de Rondônia com 19,95%, seguido por Pará (19,41%) e Amapá (19,01%). São Paulo ficou em 13º lugar, com 14,62%, e o Rio de Janeiro em 15º, com 14,18%.
No ano da pesquisa, os fieis das pentecostais representaram 12,76% da população. Segundo o pesquisador Marcelo Néri, o responsável pelo mapa, a Assembleia de Deus já é a segunda maior igreja do Brasil, abaixo da Católica. A pesquisa também revelou que as  igrejas pentecostais são as que mais têm se expandido no território brasileiro.
Os evangélicos — pentecostais e de outras denominações — subiram de 17,9% em 2003 para 20,2% em 2009. Eles são representativos principalmente nas classes D e E, afirmou Néri.
Em 2011, uma pesquisa divulgada por um jornal local, confirmou as constatações da FGV, quando 53,3% dos entrevistados se disseram evangélicos. À época, o deputado Astério Moreira declarou na tribuna, o seguinte: "Agora sabemos que é real, a maioria é evangélica no Acre. Isso significa que nós, evangélicos, representamos uma força política, um mercado consumidor e um contribuinte forte para os cofres públicos, pois todos nós pagamos impostos, o que nos permite cobrar melhores serviços", afirmou.
Dia do evangélico diverge opiniões
Na última segunda feira, 23 de Janeiro, foi comemorado o dia estadual do evangélico, cujo projeto de lei foi apresentado pelo deputado Helder Paiva, e sancionado em 2004 pelo governo do Estado.
Entretanto, o assunto ainda diverge opiniões. A acadêmica de jornalismo Anne Moura, discorda que os evangélicos tenham o seu dia, pois segundo ela, se há o dia do evangélico, deveria ser criado também o dia de cada outra religião.
Mas o assunto gera polêmica também dentro do próprio segmento cristão. A pastora presidente da Comunidade Apostólica, Isa Carvalho, diz que é a favor da comemoração ao dia do evangélico, mas que discorda que esse dia seja um feriado, pos apesar do número de evangélicos ser expressivo no Acre, torna-se injusto com os adeptos das demais crenças e religiões.
Questionada se há ausência de unidade entre as igrejas para promoverem ações que beneficiem a sociedade como um todo a pastora afirma que sim, mas reitera que ainda existe certo individualismo entre a maioria das denominações.
Mageana Carvalho, uma das pastoras da igreja Comunidade Apostólica do Conjunto Esperança, se diz favorável à existência de um dia simbólico para que a ação de Deus seja festejada, pois para ela, é uma forma de honrar o trabalho de todos os cristãos do estado do Acre. Contudo, ela afirma que a data não deveria ser segmentada aos evangélicos, pois esse é também um tempo de reflexão.
“Ser evangélico no Acre é uma grande responsabilidade, pois é algo que tem que ser levado muito a sério. Sobretudo, sonho com o dia em que nós vamos trabalhar em unidade, através de atividades que venham beneficiar toda a população, e não só o nosso segmento”. Afirma.
Para Sérgio Muradh, pastor da igreja Catedral da Bênção em Brasília (DF), o dia do evangélico é um dia de festa e principalmente de reflexão. Ele ressalta que outrora, o Brasil era considerado uma nação católica e que hoje já é a maior nação evangélica.
Segundo Muradh, é necessário que a igreja como um todo, se atente também às causas sociais que são tão importantes quanto às causas internas. Por isso, segundo ele, faz-se necessário o compromisso e a unidade interdenominacional, pois todos os líderes de ministérios deveriam estar unidos por um só amor, que é Deus.
A “arte” do evangelismo
Quando se fala em evangelizar ou pregar a palavra, o assunto remete a muitos, pensamentos conservadores e singulares. Contudo, uma forma incomum, porém, cada vez mais frequente de ser evangelizado é encontrada pelas ruas de Rio Branco: o grafite.
Grafite é o nome dado às inscrições feitas em paredes, desde o Império Romano. Considera-se grafite uma inscrição caligrafada ou um desenho pintado ou gravado, sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade. Outrora visto como contraventivo, atualmente o grafite já é considerado uma forma de expressão incluída no âmbito das artes visuais.
Há também a aerografia, que é oriunda do grafite, porém, trata-se de inscrições de fato refinadas e pode ser feita em superfícies como tecidos, chapas galvanizadas, ambientes internos, entre outros. Com a finalidade de evangelizar através de seus trabalhos, o grafiteiro acreano Matias Souza é apontado como precursor do movimento evangélico no Hip Hop, que agrega o breaking dance, o rap, o Djing, e a escrita do grafite.
Para Souza, o retorno de seu trabalho é sempre gratificante. Ele conta que há algumas semanas, promoveu uma exposição de aerografia em Rio Branco, e em durante determinado dia de exposição, presenciou um dos atos mais marcantes de sua vida.
“Eu estava em um dia comum de exposição quando um homem entrou no local e começou a admirar um quadro que falava sobre o vale de ossos secos (previsto na bíblia sagrada), de repente, ele começou a chorar e em prantos, disse que era um pastor que há tempos estava fora da igreja, e naquele momento, ele se reconciliou com Deus”. Com certeza, esse foi um dos momentos mais marcantes da minha vida, relata.
Breaking dance atua na ressocialização de jovens e adultos
Outra ação que tem sido cada vez mais apoiada entre as igrejas, é a implantação de ritmos musicais que atuam na ressocialização de jovens e adultos. É o caso do breaking dance.
Segundo Valcicléia Amorim, co-criadora do grupo Trindade Crew, o grupo atua em 5 bairros da capital desmistificando ideias e evangelizando através da dança. Tancredo Neves, Conjunto Esperança, Montanhês e Mocinha Magalhães são alguns dos bairros em que atuam.
Cerca de 100 jovens entre 5 e 35 anos de idade já passaram pelo grupo que recebe os jovens e os encaminha às igrejas mais próximas dos respectivos bairros. Em casos extremos, o grupo alerta que encaminha o integrante à atendimento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), localizado no bairro Manoel Julião.
“Deus mudou a minha vida!”
O depoimento a seguir é da chefe de cozinha Leude Alves, evangélica desde 1994.  “Converti-me em meados de 1994 e desde então, tenho buscado direção de Deus em minha vida em todos os aspectos. Deus mudou a minha vida! Mas mudou principalmente meu modo de ver as coisas e de viver. As coisas nem sempre são maravilhosas e os problemas parecem ganhar um novo significado em nossas vidas. Mas agora sei que não estou sozinha e tenho total confiança em Deus. Estou fora do Brasil desde 2005 e ao chegar a Portugal, um país em sua maioria católico, não tinha conhecimento de igrejas evangélicas por aqui, mesmo assim, as palavras e os ensinamentos de Deus estavam cada vez mais fortes em meu coração.
Em uma viagem à Rio Branco, fui orientada por Deus a abrir uma célula (reunião familiar) em minha casa, e ao voltar, coloquei em prática a iniciativa e desde então, tenho acompanhado dezenas de conversões de pessoas de diferentes países, o que me deixa feliz e cada vez mais confiante em Deus. Esta célula culminou na abertura de uma igreja, onde podemos contemplar a glória de Deus e a salvação de vidas. Jamais pensei em largar o evangelho, pois largar o evangelho para mim seria como largar Deus. Ser evangélico é ser livre acima de tudo!
Ranking dos Estados com mais pentecostais do Brasil:
1 – Acre: 24,18%
2 – Rondônia: 19,75%
3 – Pará: 19,41%
4 – Amapá: 19,01%
5 – Distrito Federal: 18,87%
6 – Roraima: 18,28%
7 – Goiás: 15,65%
8 – Mato Grosso do Sul: 15,52%
9 – Tocantins: 15,51%
10 – Espírito Santo: 15,09%
11 – Amazonas: 15,09%
12 – Mato Grosso: 14,95%
13 – São Paulo: 14,62%
14 – Paraná: 14,48%
15 – Rio de Janeiro: 14,18%
16 – Pernambuco: 12,24%
17 – Minas Gerais: 11,63%
18 – Maranhão: 11,58%
19 – Rio Grande do Norte: 11,34%
20 – Rio Grande do Sul: 9.78%
21 – Santa Catarina: 9,18%
22 – Ceará: 9,17%
23 – Alagoas: 8,63%
24 – Bahia: 8,44%
25 – Paraíba: 7,80%
26 – Piauí: 6,18%
27 – Sergipe: 4,75%
Região metropolitana (só a periferia da capital)
1 – Belo Horizonte: 24,48%
2 – Curitiba: 24,21%
3 – Salvador: 24,02%
4 – Rio de Janeiro: 20,25%
5 – Belém: 20,05%
6 – Recife: 16,95%
7 – São Paulo: 16,19%
8 – Porto Alegre: 12,69%
9 – Fortaleza: 10,45%
Capitais
1 – Rio Branco (AC): 28,43%
2 – Belém (PA): 22,99%
3 – Boa Vista (RR): 21,21%
4 – Porto Velho (RO): 19,02%
5 – Brasília (DF): 18,82%
6 – Macapá (AP): 18,38%
7 – Palmas (TO): 17,44%
8 – Campo Grande (MS): 17,18%
9 – Curitiba (PR): 16,07%
10 – Manaus (AM): 15,30%
11 – Goiânia (GO): 14,91%
12 – Belo Horizonte (MG): 13,44%
13 – São Luís (MA): 13,11%
14 – Cuiabá (MT): 13,04%
15 – Natal (RN): 12,18%
16 – Maceió (AL): 11,84%
17 – Fortaleza (CE): 11,56%
18 – João Pessoa (PB): 11,01%
19 – Rio de Janeiro (RJ): 10,95%
20 – São Paulo (SP): 10,67%
21 – Recife (PE): 10,36%
22 – Salvador (BA): 10,01%
23 – Vitória (ES): 8,42%
24 – Porto Alegre ( RS): 8,03%
25 – Florianópolis (SC): 6,81%
26 – Teresina (PI): 5,90%
27 – Aracaju (SE): 4,18%
“Ser Cristão é ter o caráter de Cristo.” Isa Carvalho, Pastora
“Ser cristão exige uma crença devocional e prática, uma fé na obra redentora de Cristo, nos seus ensinamentos e uma vida pautada na Palavra de Deus, a Bíblia, que seria a regra de fé e prática do cristão.” – Kennon Monteiro, Servidor Público.
“Ser Cristão é amar a Deus de todo o coração e incondicionalmente, sem considerar o que as pessoas acham ou deixam de achar sobre como você busca a Deus” – Silviana Oliveira.

Michael Jackson recebe homenagem de filhos e de Justin Bieber



27 de janeiro de 2012 15:21

Por Rodrigo Otávio
-
Durante a tarde da última quinta-feira (26), o nome de Michael Jackson foi registrado na “Calçada da Fama de Hollywood”.
A solenidade foi marcada pela participação dos filhos de Jackson nas homenagens. Paris Jackson, de 13 anos, escreveu o nome do pai e desenhou um coração utilizando uma das famosas luvas do cantor. O caçula Blanket, de 9 anos, usou um dos sapatos de Michael para marcar o local, com a ajuda de Prince, o primogênito do rei do pop, de 14 anos. Os três filhos também deixaram a marca de suas mãos no local.
Justin Bieber estava presente na cerimônia e subiu ao palco para cantar “Rockin’ Robin“, música que Michael cantava no Jackson 5. “Michael foi mais que um grande artista, foi uma inspiração. Eu quero ser tão bom como ele foi”, disse Bieber, que admitiu nervosismo por homenagear Jackson.
Durante a homenagem, alunos de várias escolas de arte e membros do Cirque du Soleil também cantaram algumas músicas do rei do pop, como “They Don’t Care About Us” e “Black or White“.
Michael Jackson faleceu em 25 de junho de 2009, após uma overdose causada por medicamentos. Na Calçada da Fama, o nome dele se junta a outros artistas como Marilyn Monroe, Elizabeth Taylor e Steven Spielberg

Chico Anysio tem febre em hospital no Rio de Janeiro

27/01/2012 - 15h55


Ainda internado no hospital Samaritano, no Rio, Chico Anysio apresentou um quadro de febre
 nesta quinta-feira (26). Os médicos ainda investigam as causas.

O humorista tem feito diálise todos os dias e segue sedado na CTI, respirando com a ajuda
 de aparelhos.

O dr. Luiz Alfredo Lamy informa que ainda não há previsão para redução dos medicamentos
 e nem de alta.

Ontem, Malga Di Paula usou o Twitter para contar como está o marido: “o Chico continua lutando...
 Uma amiga, que esteve conosco no hospital ontem, me disse algo perfeito ‘Chico esta matando
 um touro por dia’”.
Chico Anysio foi internado no dia 30 de novembro após sentir ardência ao urinar e apresentar
 febre alta. Os doutores constataram uma infecção urinária, ocasionada por fungos.

Após ser tratado com antibióticos via venosa, Chico Anysio recebeu alta no dia 21 de dezembro
 e havia comemorado no microblog: "Olá, amigos! Voltei pra casa hoje depois de mais uma
temporada no hospital. Estou feliz porque vou passar o Natal em casa e ansioso para voltar
 a trabalhar".

Porém, no dia seguinte, ele voltou a ser internado, desta vez com hemorragia digestiva
e pneumonia.

Reportagem acusa Apple de ser conivente com violação de direitos trabalhistas


Em entrevista para o New York Times, ex-funcionários da "maçã" e fornecedoras afirmam que companhia só liga para a "queda de custos de produção"

  • Por Macworld / Reino Unido
  • 27-01-2012- (Atualizado em 27 de janeiro de 2012 às 15h30)
  • Página 1 de 1
A Apple está sendo acusada de “ignorar o custo humano” da cadeia de fabricação dos seus produtos, em uma reportagem publicada pelo New York Times esta semana. O artigo, que chega depois de outra reportagem do jornal sobre a razão de a “maçã” fabricar seus aparelhos longe dos EUA, cita ex-funcionários da Apple, que acusam a fabricante de ser complacente com o abuso a trabalhadores da linha de produção.
“A Apple nunca se importou com outra coisa que não fosse o aumento da qualidade dos produtos e queda dos custos de produção. O bem-estar dos funcionários não tem nada a ver com os interesses deles”, afirmou a ex-funcionária da Foxconn (empresa que produz equipamentos como iPad e iPhone), Li Mingqi, que está processando a empresa após ter sido demitida.
Li ajudava a gerenciar a fábrica de Chengdu, onde ocorreu uma explosão em maio do ano passado. O incidente causou a morte de três funcionários e deixou outros feridos. Outro incêndio ocorreu em uma unidade da Foxconn em Yantai, em setembro, quando também aconteceu uma explosão em uma fábrica de outra parceira de produção da Apple, a Pegatron, que deixou 60 funcionários feridos.
ipad2-390.jpg
iPad: condições de produção em fábricas da Ásia são questionadas
Um ex-executivo da Apple, falando sob a condição de anonimato, disse ao New York Times: “nós sabemos sobre abusos trabalhistas em algumas fábricas há quatro anos, e eles continuam. Por que? Porque o sistema trabalha para nós. As fornecedoras mudariam tudo amanhã se a Apple dissesse para elas que elas não têm outra escolha.”
Apesar de a segurança nas fábricas das parceiras da Apple ser o principal foco da reportagem, há também apontamentos mais gerais sobre as condições de trabalho e as horas que os funcionários precisam trabalhar (vale lembrar que o artigo também aponta críticas similares feitas a fornecedoras de empresas como Dell, HP, IBM, Lenovo, Motorola, Nokia, Sony e Toshiba).
“Os funcionários trabalham com excesso de horas extras, em alguns casos chegando a sete dias por semana, e vivem em dormitórios lotados. Alguns dizem que eles ficam tanto tempo de pé que suas pernas incham a ponto de quase não onseguirem andar. Funcionários menores de idade ajudaram a construir produtos da Apple, e as fornecedoras da companhia se livraram de maneira incorreta de lixo perigoso e falsificou registros, de acordo com relatórios da companhia e grupos de defesa dos trabalhadores que, na China, são geralmente considerados monitores independentes e confiáveis”, afirma a reportagem do NYT.
Há algumas semanas, a Apple lançou seu relatório anual de Responsabilidade de Fornecedores, no qual a “maçã” afirma ter encontrado “um número significativamente menor de casos de trabalho infantil” entre suas fornecedoras, que foram nomeadas pela companhia.
A Apple afirmou no relatório que ampliou seu programa de verificação de idade, que busca interromper o trabalho de menores entre suas fornecedoras. Como resultado, a companhia apontou melhorias nas práticas de contratação das parceiras, com casos de trabalho infantil caindo significativamente.
O relatório também revelou um total de seis casos ativos e 13 anteriores de trabalho infantil em cinco fábricas parceiras da Apple; a companhia exigiu que essas unidades melhorem as práticas de recrutamento. As auditorias não encontraram nenhum caso de trabalho infantil em fornecedoras responsáveis pela montagem final dos produtos da Apple.
No entanto, outro executivo da Apple que foi citado anonimamente na reportagem disse que “você pode tanto fabricar em unidades confortáveis e amigáveis aos funcionários, ou reinventar o produto todo ano, e torná-lo melhor, mais rápido e barato, o que exige fábricas que pareçam cruéis pelos padrões dos EUA. Atualmente, os consumidores ligam mais para um novo iPhone do que para as condições de trabalho na China.”
A reportagem aponta ainda o fato de que esse problema causa uma “tensão n” na Apple, com outros executivos preocupados com as condições de trabalho, mas não dispostos a colocar em risco a relação com fornecedoras como a Foxconn – que fabrica 40% dos aparelhos eletrônicos do mundo – ao gerar tais demandas.
Apple se defende
De acordo com o site especializado 9to5Mac, o CEO da Apple, Tim Cook, enviou um e-mail para todos os funcionários da empresa sobre o assunto. “Nós nos importamos com todos os trabalhadores em nossa cadeia mundial de abastecimento. Qualquer acidente é profundamente problemático, e qualquer problema com condições de trabalho é causa para preocupação. Toda insinuação de que não nos importamos é evidentemente falsa e ofensiva para nós.”
Depois, o executivo continua dizendo que “estamos focados em educar os funcionários sobre seus direitos, por isso eles têm poder para se manifestar quando se depararem com condições inseguras ou tratamento injust
o".

Desabamento no Rio: O júbilo, o luto e as lições

Texto publicado em 27/01/2012 - 17:01

Fonte: Observatório da Imprensa
A hipótese mais forte para explicar o desabamento do Edifício Liberdade, no Centro do Rio de Janeiro, tem relação com obras em andamento em dois andares. Remoção de partes estruturais e acúmulo de entulho teriam provocado o colapso da estrutura, segundo engenheiros e professores ouvidos.

Um operário da obra, Alexandro da Silva Fonseca, salvou-se voltando instintivamente para o elevador, que despencou. A estrutura da caixa do elevador impediu que ele fosse esmagado por escombros.

Alexandro tornou-se o personagem mais conhecido da tragédia. Estava feliz porque acreditava ter nascido outra vez e até pretende comemorar duas datas, a do desabamento e a de seu nascimento biológico, não metafórico, em fevereiro.

A nenhum repórter ocorreu perguntar-lhe se, como disseram duas ou três pessoas ouvidas, de fato houvera remoção de algum elemento de sustentação da estrutura.
No Jornal Nacional, a apresentadora Patrícia Poeta acabara de dizer: “(...) uma obra no nono andar é uma das causas mais prováveis desse desabamento. Um sobrevivente do desastre trabalhava exatamente naquela obra. E a forma surpreendente como ele escapou da morte a gente vai ver agora na reportagem de Mônica Teixeira”.


Alexandro estava feliz. E os telespectadores mentalmente sãos estavam felizes com ele. Mas isso não exime o operário de ter participado, com sua humilde atividade, de uma obra que pode ter causado a morte de muita gente. Possivelmente, mais gente do que no incêndio no Edifício Andorinha, em 1986 (20 mortos), também um prédio antigo, situado na Avenida Almirante Barroso, a pouco mais de trezentos metros do Edifício Liberdade.

Felizardo, mas cidadão
O operário não é menos cidadão do que ninguém. Interessa-lhe, como às demais testemunhas próximas ou remotas, entender o que ocorreu, para tirar lições – não foi por implicância malsã que a mídia internacional repercutiu o desastre.

O desabamento teria deixado centenas de mortos se tivesse acontecido três horas antes, quando ainda não se havia encerrado o horário rotineiro do dia de trabalho. Teria sido o acidente mais mortífero da história do Brasil, superado apenas pelo desastre de chuva e imprevidência da Região Serrana do estado do Rio, um ano atrás, que deixou milhares de mortos, muitos ainda soterrados em lugares que não foram escavados.

O que aconteceu depois da tragédia em Friburgo, Teresópolis e Petrópolis ensina que a vida ainda vale pouco no Brasil, apesar da transição demográfica em curso, da qual resultará uma escassez de braços e cérebros no mundo do trabalho que o país só poderá enfrentar abrindo (muito) mais as portas para imigrantes. Com as consequências que o episódio dos haitianos no Acre deixa entrever.

Isso vai ocorrer nos próximos trinta, quarenta anos, que são nada em perspectiva histórica ou em análise demográfica.

Luto, emoção, reflexão
O noticiário captou também o luto dos parentes e amigos de pessoas mortas. Entre a exibição de lágrimas ou sorrisos, tão própria do infotainement reinante na televisão e alhures, com que ficamos?
Com nem um, nem outro, se pretendemos obter jornalismo.
Jornalismo não exclui emoção, alvo quase exclusivo do infotainement, mas seu foco é descrever, para informar, e analisar, porque toda informação desperta uma reflexão.

Folha de S. Paulo (27/1) e o Globo (mesma data) cumpriram melhor a missão.
Entenderam que se abre um capítulo na história da engenharia brasileira. Que, por exemplo, as chamadas autoridades não poderão mais fazer vista grossa, por negligência ou suborno, como até agora, à vontade dos proprietários de imóveis ou responsáveis por eles. Que a condenação da opinião pública, se não da Justiça, as levará a pensar duas vezes antes de “dar um jeitinho”.

Não se entenda que negligência ou suborno vão desaparecer, apenas que serão menos rotineiros, talvez, ou, quem sabe, custarão mais caro, nos dois sentidos (punição mais expedita, no primeiro caso, e somas mais elevadas, no segundo).

Principalmente em São Paulo, no Rio e em mais algumas capitais, existem edifícios altos construídos há décadas. Nunca um deles tinha vindo abaixo como o Liberdade. Os incêndios do Andraus (1972, dez anos depois da inauguração) e do Joelma (1974, três anos depois da inauguração), em São Paulo, provocaram mudanças normativas e de rotinas de fiscalização.

Aprender com os erros
A engenharia vive de sucessos e erros. Henry Petroski (To Engineer Is Human, 1984, não publicado em português) escreveu (em tradução livre):

“Acredito que o conceito de falha – mecânica ou estrutural, no caso – é central para entender a engenharia, já que o projeto de engenharia tem como primeiro e mais importante objetivo prevenir a falha. Os desastres colossais que ocorrem são em última instância falhas de projeto. Mas as lições que eles deixam fazem mais para avançar o conhecimento de engenharia do que todas as máquinas e estruturas bem-sucedidas do mundo. Falhas, de fato, parecem ser inevitáveis na esteira do sucesso prolongado, que encoraja margens de segurança menores. Quando ocorrem, levam a aumentos das margens de segurança e, assim, a novos períodos de sucesso. Entender o que é a engenharia e o que fazem os engenheiros é entender como as falhas podem ocorrer e como podem contribuir mais do que o sucesso para fazer avançar a tecnologia.”

Um dos episódios tratados por Petroski no livro é o colapso construtivo que provocou, até aquele momento, a maior perda de vidas na história dos Estados Unidos: a queda de passarelas suspensas por cabos do Hyatt Regency Hotel, de Kansas City. Morreram 114 pessoas e cerca de duzentas ficaram feridas. Calculou-se que metade da população da cidade foi direta ou indiretamente atingida pela morte, invalidez ou sofrimento de parentes e amigos.
Petroski entra em detalhes sobre as investigações que se seguiram (existe um tópico a respeito na Wikipedia). O fato mais notório é que os hotéis Hyatt nunca mais tiveram as passarelas suspensas que eram uma de suas marcas visuais. Nesse plano, o aprendizado pode ter sido radical e exagerado, mas pelo menos evitou a repetição do mesmo erro.

Defesa Civil informa que foi encontrado o corpo da 11ª vítima do desabamento


Jornal do Brasil

Na tarde desta sexta-feira (27), foi localizado o 11º corpo vítima do desabamento de três prédios, na última quarta-feira (25), no Centro do Rio.
Os dois últimos corpos resgatados ainda não foram identificados, o nono é de uma mulher e o oitavo estava totalmente carbonizado, não sendo possível a identificação. Segundo o coronel Sérgio Simões, deve haver mais vítimas no local em que os últimos corpos foram encontrados.
O nono corpo foi localizado por volta das 12h50 de hoje. Ja são cinco mulheres e três homens. A Defesa Civil do Estado disse que o corpo da oitava vítima do desabamento foi resgatado por volta do meio-dia.
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O sétimo corpo foi localizado no início da manhã e um outro, durante a madrugada.
Até agora, foram identificados Celso Renato Braga Cabral, Cornélio Ribeiro Lopes, Margarida Vieira de Carvalho e Nilson de Assunção Ferreira. Parentes também identificaram o corpo do catador de lixo Moisés Moraes da Silva.
Segundo a Defesa Civil, as buscas na área dos escombros continuarão até este sábado. O trabalho está sendo feito com muito cuidado, para preservar a integridade dos corpos soterrados.
A todo o momento, saem caminhões carregados de entulho da área onde ocorreu o desabamento dos três prédios, na Avenida Treze de Maio. Os bombeiros já retiraram seis caixas eletrônicos do banco Itaú que ficava no andar térreo do prédio, e três cofres que seriam do edifício