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Com ampla folga, aprovação leva processo contra petista a ser encaminhado ao Senado Federal, que decidirá se abre ação
A Câmara dos Deputados aprovou a abertura do
processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em votação aberta
no plenário da Casa, realizada neste domingo (17). O resultado da sessão
que encaminha a ação que pode derrubar a petista do governo federal,
que precisava de 342 votos, foi decidido com ampla folga, com 37 votos
de antecedência.
No total, 367 deputados votaram a favor da abertura
do processo e 137, contra. Dois parlamentares não compareceram e sete
decidiram se abster de dar seus votos.
Com o
resultado, o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), elaborado na
Comissão Especial do Impeachment, segue agora para o Senado Federal, a
quem cabe aprovar, por maioria simples, a abertura da ação, o que
levaria ao afastamento de Dilma por 180 dias. Só a partir daí é que o
processo começa de fato.
"Está autorizada a
instauração de processo contra a senhora Dilma Rousseff por crime de
responsabilidade em denúncia feita por Hélio Pereira Bicudo, Miguel
Reale e Janaína Conceição Paschoal em virtude de decretos suplementares
sem autorização do Congresso Nacional", anunciou o presidente da Casa,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após mais de seis horas de votação. "A decisão
será comunicada ao presidente do Senado Federal [Renan Calheiros
(PMDB-AL)]."
Sessão mais longa da história
Iniciada na manhã de sexta-feira (15), a sessão que se tornou a mais longa da história da Câmara contou com discursos de mais de duas centenas deputados e se arrastou pelas madrugadas do fim de semana. Além dos ataques de uma parte a outra, os últimos três dias foram marcados por protestos com cartazes e faixas dentro do plenário e tumultos.
Iniciada na manhã de sexta-feira (15), a sessão que se tornou a mais longa da história da Câmara contou com discursos de mais de duas centenas deputados e se arrastou pelas madrugadas do fim de semana. Além dos ataques de uma parte a outra, os últimos três dias foram marcados por protestos com cartazes e faixas dentro do plenário e tumultos.
No
início da tarde deste domingo, houve confusão antes e durante o
discurso do relator Jovair Arantes, que precedeu a votação. Deputados
oposicionistas e governistas se acusavam mutuamente de levarem faixas à
Câmara, o que não é permitido. Cunha precisou interferir para evitar
novas movimentações.
Criança participa de sessão da votação na Câmara. Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil - 17.04.16
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Ao
longo de seus votos, que se iniciaram com quase duas horas de atraso em
relação ao previsto por Cunha – pouco antes das 18h –, deputados
bradaram o motivo de seus votos, em discursos semelhantes tanto de um
lado quanto do outro.
Quando o resultado final se aproximava, os deputados anti-Dilma passaram a fazer contagem regressiva voto a voto, exercendo grande pressão sobre os governistas, notoriamente inconformados com a derrota.
Caso Dilma seja afastada, o vice-presidente da
República, Michel Temer, assume interinamente o cargo de presidente da
República por 180 dias. Se o processo no Senado ainda não estiver
encerrado, ela volta ao Poder Executivo até que a decisão esteja
definida.
Como não há substituição para
vice-presidente, se Dilma for afastada, Cunha seria o imediato a
substituir Temer em caso de sua ausência. O presidente da Câmara,
principal alvo dos governistas ao longo da votação, é réu em um processo
da Operação Lava Jato por corrupção no Supremo Tribunal Federal, além
de enfrentar ação de cassação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar
da Casa.
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