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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Líderes discursam na votação do impeachment; saiba o que disseram

17/04/2016 15h09 - Atualizado em 17/04/2016 17h49

Câmara discute se autoriza abertura de impeachment da presidente Dilma.
Líderes tiveram entre 3 e 10 minutos para falar, dependendo da bancada.

Do G1, em Brasília
Os 25 líderes dos partidos com representação na Câmara dos Deputados discursam neste domingo (17) em mais uma fase das discussões que vão decidir se autorizam ou não a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Puderam discursar ainda os líderes da minoria, deputado Miguel Haddad (PSDB-SP), e o do governo, José Guimarães (PT-CE).

A sessão começou às 14h deste domingo. Antes dos líderes, discursou o relator do processo na comissão especial do impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO).

Arantes defendeu seu relatório que recomenda a abertura do processo de afastamento da presidente da República e argumentou que Dilma cometeu “fatos gravíssimos, que atentam contra a Constituição”.

“É hoje, agora nesse parlamento, que vamos dar uma resposta à população brasileira. Fortalecendo ainda mais a nossa democracia. Minha resposta já é conhecida e não foi uma escolha sem fato legal. Há fatos gravíssimos, que atentam contra a Constituição, contra essa casa, contra as finanças públicas, contra a transparência e contra o país”, disse Jovair.
Esses discursos foram feitos antes do processo de votação, no plenário, da autorização.
Saiba o que disseram os líderes favoráveis e contrários ao impeachment, por ordem de discurso, que foi definida pelo tamanho da bancada, da maior para a menor. Os líderes da minoria e do governo falaram por último.

Leonardo Picciani (PMDB-RJ)
“A bancada do PMDB vai dar voto favorável ao processo de impedimento. A bancada do PMDB tomou essa decisão por entender que as circunstâncias políticas que o país vive hoje, que as circunstâncias que levaram ao início do processo estariam preenchidas integralmente. [...] Jamais imaginei que a minha geração viveria esse momento novamente.”
Afonso Florence (PT-BA)
"Essa votação que buscava se lastrear no discursos anticorrupção perdeu sua legitimidade." "Esse impeachment não tem crime de responsabilidade. Esse impeachment é golpe. Esse relatório é do golpe. Essa defesa do impeachment de que o Brasil vai melhorar pretende jogar o Brasil na incerteza porque os regimes de exceção se iniciam nesse discurso."
Antônio Imbassahy (PSDB-BA)
“Hoje é o dia decisivo, em que vamos escolher o Brasil que queremos daqui para frente. Pelo voto dado, seremos marcados e julgados para sempre. Teremos oportunidade de escolher de que forma queremos entrar para história. Pela porta da frente, com o impeachment, ou pela porta dos fundos, de mãos dadas com uma presidente que mentiu para o país e levou o país para a mais profunda crise."
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
"Durante todo o tempo que exerci a função de ministro no 1º governo Dilma, posso atestar inúmeras qualidades da presidenta, dedicada, disciplinada, obstinada e fiel às suas convicções." "O Brasil precisa se unir nesta hora grave. Precisa ter esperança e voltar a construir o futuro junto da sociedade. É por isso que, por maioria absoluta, encaminho a bancada a votar sim pela admissibilidade do processo."
Aelton Freitas (PR-MG)
"Um processo de impeachment que partiu de parâmetros voláteis. [...] Está clara a desobediência aos pressupostos para o impeachment. Não houve dolo, sobretudo quando a presidente Dilma assinou os decretos de crédito e nas 'pedaladas'." "Pelo espírito de liberdade, reitero os termos da posição do PR contra a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff."
Rogério Rosso (PSD-DF)
“Eu queria registrar que cada um dos 513 deputados, aqui somados os votos válidos, individuais ou por legenda, representamos 96 milhões de eleitores. Portanto, estamos, do ponto de vista, constitucional, jurídico e eleitoral, absolutamente legitimados.” "O relatório do Jovair Arantes é cristalino, é claro e está à luz do direito. Portanto, devemos, sim, admitir a denúncia."
Fernando Coelho Filho (PSB-PE)
"Pode não ser a solução ideal, mas é a solução legal, prevista, constitucional e por isso a mais adequada neste momento. O Brasil está mergulhado em graves crises: política, ética, social. E por isso eu devo dizer com a responsabilidade, tenho muito respeito à figura da presidenta, mas ela perdeu autoridade e credibilidade para liderar uma agenda mínima que tire o país desta situação."
Pauderney Avelino (DEM-AM)
"Estamos trabalhando democraticamente para fazer a mudança no Brasil. Estamos hoje votando o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os preceitos constitucionais preliminares estão atendidos no relatório de Jovair Arantes. Feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal, feriu o Orçamento Federal. E a pena é para o crime de responsabilidade é o impedimento.”
Márcio Marinho (PRB-BA)
"Nós viemos aqui hoje para ratificar que a posição dos 22 parlamentares do PRB é pela admissibilidade deste processo. Não estamos cassando ninguém. Analisar se cometeu crime, isso é com o Senado. Mas queremos dar oportundiade para que a população possa ver se houve ou não. Mas temos a certeza que houve."
Wilson Filho (PTB-PB)
“É preciso reconhecer que o PT fez bem à democracia. Seu grande legado foi firmar a  busca da igualdade como tema central da nossa democracia. O PT fez um bem ao entrar e fará um bem ainda maior ao sair. [...] A presidente não tem condições de reverter o quadro e precisamos de mudanças urgentes."
Weverton Rocha (PDT-MA)
"Neste momento lembramos nossos verdadeiros heróis, como Leonel Brizola, Jackson Lago, que se estivessem aqui não iam permitir que a Constituição fosse rasgada." "O PDT vai dar a sua contribuição lançando candidatura própria em 2018. Por isso, vamos lançar Ciro Gomes presidente da República. Até o dia da eleição iremos defender a nossa Constituição. Por isso, o PDT vai votar contra o impeachment."
Genecias Noronha (SD-CE)
"O que se observa é que os defensores do governo, por falta de argumento, continuam a lorota do golpe. Insistem em atacar o vice Temer ou o presidente da Casa. Como se os ataques inocentassem a senhora presidente." "Não há golpe nenhum. Haverá julgamento justo. E voto sim pelo impeachment. Golpe é o que a presidente Dilma tem praticado."
Renata Abreu (PTN-SP)
“Vivo nesse Brasil, nesse tempo, somos todos seus filhos e acreditamos que podemos mudar. Vamos juntos curar essa surdez da política, deixar o nosso povo decidir nosso futuro. Queremos vencer com as ruas. Queremos transformar toda essa indignação em mudança." "Queremos ver nascer nesse país uma nova política, que derrube esse muro de mentiras, que represente as ruas."
Daniel Almeida (PCdoB-BA)
"[A presidente Dilma] tem o seu mandato ameaçado por uma conspirata de corruptos liderada por vossa excelência, deputado Eduardo Cunha, que não dignifica a cadeira que ocupa nesta hora." "O país está em crise econômica, política, mas com impeachment encontraríamos a saída? Qual saída? Através de um governo ilegítimo, de exceção, sem votos. É esta a saída?"
André Moura (PSC-SE)
“A bancada vota 100% unânime, ‘sim’, pelo impeachment. Queria dizer que o Brasil está presenciando um dos momentos mais marcantes da nossa democracia. Milhões de brasileiros estão nas ruas. Gritos de revoltados, de um povo que não aguenta mais. O recado já foi dado. Fazer agora o nosso papel é nossa obrigação. "Estamos vivenciando o maior escândalo de corrupção da nossa história."
Rubens Bueno (PPS-PR)
"Para se reeleger, a presidente praticou política criminosa, falseando as contas públicas. [...] O governo Dilma não destruiu apenas o valor da moeda, mas o sonho de milhões de brasileiros. É dever deste parlamento soltar o grito de 'basta'. Chega de populismo." "A presidente Dilma perdeu a autoridade moral que o chefe de Estado exige."
Givaldo Carimbão (PHS-AL)
“Nesse momento que o Brasil vive, onde decidiremos se uma presidente fica ou sai, o partido reuniu sua executiva, reuniu os deputados. Somos sete. E o partido tomou uma decisão: votará a favor do impeachment. Mas todos liberaram a mim para votar e votarei contra o impeachment.”
Sarney Filho (PV-MA)
“O país atravessa um momento difícil. Nenhum de nós, homens e mulheres de bem, gostaria de passar por esse momento, mas é uma realidade que se impõe. E dentro dessa realidade, o Partido Verde, como sempre, tomou a sua decisão, que não foi de última hora, por unanimidade a favor do impeachment."
Ivan Valente (PSOL-SP)
"O espírito de vingança de [Eduardo] Cunha, a covardia do governo, e o cinismo da oposição de direita permitiram que se chegasse ao impeachment da presidente sem o crime de responsabilidade. Para isso inventaram um álibi, as pedaladas fiscais, que ninguém sabe o que é, para cassá-la pelo conjunto da obra."
Ronaldo Fonseca (PROS-DF)
"Depois de muito esforço e muitas conversas, decidimos votar 'sim' pelo impeachment da presidente da República. [...] Não há golpe. A Constituição nos garante, a constituição respalda este ato."
Alessandro Molon (Rede-RJ)
“O que unifica a Rede é a certeza de que esse processo, pela sua gravidade, não poderia jamais ser presidido por um deputado réu por corrupção e lavagem de dinheiro. O que está acontecendo nesta tarde nada tem a ver com combate à corrupção. Se tivesse, o líder desse processo não seria o deputado Eduardo Cunha. Esse processo tem a ver com uma chantagem não atendida, que é uma vingança”
Silvio Costa (PTdoB-PE)
"Quem está tentando assumir o poder é o PCC, Partido da Corja do Cunha. [...] Esse canalha já devia estar preso. Que país é esse, onde o bandido, um homem que devia estar na cadeia, quer tirar o mandato de uma mulhe honrada, uma mulher digna? Que país é este?"
Alfredo Kaeffer (PSL-PR)
"Contra fatos não há argumentos. E os fatos são irrefutáveis. A presidente Dilma não honrou a Constituição brasileira e cometeu crime. Não zelou pelas contas públicas, gastou desordenadamente e sem autorização do Congresso Nacional. Isso é fato absolutamente jurídico. Mas o fato que deu a consequência muito mais grave que isso, foi a realidade do Brasil, que com a gastança generalizada, causou o verdadeiro caos econômico."
Junior Marreca (PEN-MA)
Estamos diante de um processo de impeachment com um relatório sem embasamento jurídico nenhum. É um relatório que deveria fazer uma aprovação com simples ressalva das contas e não comprometer a democracia como estamos fazendo agora." "Estamos colocando a cabeça da presidenta da República a bel prazer da sociedade brasileira num julgamento meramente político."
Weliton Prado (PMB-MG)
"O atual mandato de DIlma é totalmente indefensável. O que ela fez na economia é muito sério e muito grave. Ela está retroagindo. Os avanços que tiveram estão todos retroagindo agora."  "Infelizmente, sabemos que a saída para o nosso país não é Temer e não é Cunha. A saída para pacificar é ter novas eleições."
Miguel Haddad (PSDB-SP), líder da Minoria
"Jamais a nação viveu os tormentos que vive no presente. A cada dia a situação se agrava, a cada hora quase 300 brasileiros perdem seu emprego. Não há nenhum canto no país em que se possa vislumbrar no rosto das pessoas algum sinal de esperança. Não estamos julgando os muitos crimes cometidos pela presidente Dilma Rousseff, diariamente presentes nas manchetes de jornais. Estamos a decidir o futuro de um país destroçado por uma presidente da República que, com sua arrogância, fulminou o Parlamento."

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