por Gabriel Garcia
05/03/2015 10h35
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O trabalho de cientistas do Google corrige falhas que atrapalhavam o desenvolvimento da tecnologia
Reuters
Pesquisadores do Google e da Universidade da Califórnia
solucionaram um dos principais problemas que atrapalhavam o
desenvolvimento dos computadores quânticos, máquinas que realizam
cálculos que computadores convencionais demorariam milhões de anos para
realizar.
Os cientistas conseguiram programar grupos de bits quânticos (a
representação da informação na física quântica) de forma que eles
detectassem certos tipos de erros e ainda impedissem que essas falhas
pudessem atrapalhar o processo de computação.
Construir um computador quântico exige que muitos bits quânticos (ou
qubits) sejam unidos entre si para calcular as informações. Mas
eles costumam errar muito.
Os qubits representam informações binárias (0 ou 1) utilizando
efeitos mecânicos quânticos, detectados apenas em ambientes resfriados e
em escalas microscópicas. Isso permite que eles cheguem aos "estados de
superposição", quando são simultaneamente 0s e 1s, aumentando
exponencialmente a velocidade dos cálculos.
Mas, nesse estado, estão vulneráveis ao calor e outras perturbações
do ambiente, que distorcem ou até mesmo destroem os "estados quânticos"
usados para codificar informações e realizar cálculos.
Por isso, boa parte da pesquisa no campo da computação quântica é
focada na tentativa de fazer os qubits detectarem e corrigirem esses
erros.
Os pesquisadores do Google conseguiram programar um processador com
nove bits quânticos. Eles monitoraram uns aos outros em busca de "bit
flips", a situação na qual uma perturbação gerada pelo ambiente faz com
que um 1 se tornasse um 0, e vice-versa.
Os qubits do chip não apenas corrigiam os "bit flips", mas garantiam que eles não contaminassem os passos seguintes da operação.
O projeto foi liderado por John Martinis, professor da Universidade
da Califórnia que foi contratado pelo Google para desenvolver um
laboratório de pesquisa de computação quântica dentro da empresa.
O experimento ainda é limitado. O chip desenvolvido corrige apenas
erros simples realizados pelos qubits. Falhas mais graves, quando a
"fase" de um bit quântico é alterada pelo ambiente, precisariam de
algoritmos mais sofisticados.
De qualquer forma, especialistas consideram que a pesquisa é um passo
importante para a construção de um computador quântico inteiramente
funcional.
"Acredito que existe uma boa chance de pesquisadores demonstrarem um
sistema completo de correção de erros nos próximos anos", afirmou ao
site do MIT o professor Daniel Gottesman, especialista em computação
quântica do Perimeter Institute, no Canadá.
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