por Adeline Daniele
05/03/2015 11h15
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O mercado de TI deve apresentar alta demanda para o próximo ano.
Porém, a oferta de mão de obra qualificada não tem sido suficiente para
as empresas, que procuram profissionais para ocupar posições
estratégicas em um período de instabilidade econômica.
Segundo um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a falta de pessoas com domínio de ambientes de
desenvolvimento de linguagens é o principal problema enfrentado pelas
companhias do segmento com pelo menos 20 funcionários.
E para suprir as demandas do mercado e solucionar esse problema, as
companhias passaram a oferecer capacitação aos profissionais de TI
recém-contratados.
É o caso da Escriba, empresa sediada em Curitiba que desenvolve
sistemas de gestão para cartórios. Diante da necessidade de aumentar em
15% seu quadro de funcionários em sete estados do país, ela passou a
buscar profissionais sem conhecimento prévio na área de TI para
preencher vagas intermediárias.
Segundo a gerente de RH da companhia, Rubia Candido, não é necessário
que o funcionário tenha conhecimentos na área, desde que ele tenha
curiosidade em aprender sobre o setor e em participar do programa de
capacitação.
“Se identificamos que este profissional não possui total
conhecimento para desempenhar uma função, porém tem condições para
aprender e evoluir com grande facilidade, fazemos o investimento”,
explica.
Dentre as principais demandas da companhia, há maior dificuldade para
encontrar pessoas com conhecimentos em programação Delphi e diagramação
UML e também para preencher os cargos de analista de sistemas,
programador, testador e instalador de sistemas.
Os treinamentos podem ser realizados de várias formas: a empresa pode
tanto desenvolver cursos internamente quanto direcionar a pessoa a uma
instituição que possua a formação da qual necessitam.
A vantagem nesse tipo de abordagem é que as companhias conseguem
reter talentos do mercado que ainda não tiveram uma oportunidade de
crescer. Se o profissional tem potencial, basta desenvolvê-lo para que
ele comece a entregar bons resultados.
E foi exatamente isso que aconteceu com o desenvolvedor Leandro
Zelone. Funcionário da Escriba há cerca de três anos, ele iniciou sua
carreira na companhia na área de suporte ao cliente e já conquistou
quatro promoções internamente, uma a cada sete meses. Tudo isso após
realizar os cursos de capacitação oferecidos pela empresa.
Em janeiro desse ano, até o Google anunciou
que ofereceria treinamento para engenheiros. O programa remunerado com
duração de seis meses foi realizado para formar Consultores de Soluções
Técnicas, que poderiam atuar em projetos focados nos clientes da
empresa.
A Capgemini é outro exemplo. Com 200 vagas de emprego para trabalhar em Salvador, a companhia oferecerá uma capacitação durante 30 dias para qualificar analistas de sistemas e consultores recém-contratados na organização.
Como conseguir boas oportunidades no mercado de TI?
Ao ser questionada sobre o que as universidades e cursos técnicos
podem fazer para ajudar estes profissionais a alcançar boas
oportunidades no mercado, a gerente da Escriba, Rubia Candido, afirma
que desenvolver a capacidade de análise e reflexão, comunicação e até
relacionamento interpessoal é algo fundamental.
“Identificamos durante os processos seletivos que já existe um foco
maior das instituições neste sentido. Ainda podemos evoluir bastante e
propiciar aos estudantes uma qualidade comportamental que agregue ao
conhecimento técnico adquirido nos cursos”, diz Rubia.
Já os profissionais que formados podem buscar novos conhecimentos nas
áreas de interesse e aprimorar suas habilidades. “É necessário que o
profissional busque cursos de aperfeiçoamento e esteja sempre atento às
mudanças e novidades da sua área”, aconselha a gerente.
E, se o levantamento realizado pela International Data Corportation
(IDC) acertar na previsão, o setor de TI deve terminar o ano como a
sexta atividade com maior investimento no país, precisando cada vez mais
de profissionais qualificados. Além disso, a Brasscom prevê que a área
terá aumento de 30% na contratação de profissionais até 2016.
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