10/03/2015 15h12
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Para alguns, o som esquisito do início de uma conexão a internet
discada traz uma agradável nostalgia, e lembranças de um tempo mais
simples e mais lento. Para outros, o ruído evoca um frio na espinha, e
memórias de quedas na conexão e contas altíssimas de telefone. Mas o que
há por trás daquele som que marcou uma geração de usuários?
A pesquisadora e hacker finlandesa Oona Räisänen preparou um gráfico mostrando o espectro de cada etapa de uma conexão dialup, do tom do telefone, passando pela discagem do número, pela troca de informações entre os modems, até o envio final (e ruidoso) de pacotes de teste. A imagem, que ilustra o topo deste texto em versão reduzida, pode ser conferida em alta resolução no blog de Oona.
O aperto de mão
Todo esse processo é conhecido como "handshake", ou aperto de mãos entre os modems. Na primeira etapa, o modem instalado na casa do usuário liga para o modem de um servidor, estabalecendo uma primeira conversa – referente ao som de tom da linha telefônica, seguido pelo barulho de discagem.
Aí a conversa assume o idioma das máquinas. "O modem remoto responde com um tom distinto que nosso modem pode reconhecer. Eles trocam fluxos de dados binários para estabelecer o protocolo apropriado. Essa é uma transação chamada V.8 bis", escreve Oona.
A conversa
Em seguida, os aparelhos precisam cancelar os mecanismos "supressores de eco", utilizados normalmente para bloquear uma direção do fluxo de áudio em chamadas de voz. Esse sistema, usado para melhorar a qualidade das ligações, é dispensável em uma conexão de dados, que trafegam simultaneamente nas duas direções sem problemas.
Na terceira etapa, os modems começam a testar quais modos de modulação são compreendidos por ambos, para garantir sua capacidade de conversar na mesma frequência. Tons de teste também são enviados para avaliar a linha e seu impacto sobre o sinal.
Arranjos finais
Com os dois lados de acordo, finalmente começa uma troca experimental de pacotes de dados binários. O objetivo nessa etapa é aparar as arestas, deixando o sinal em sua melhor forma para que a conexão ocorra da melhor maneira possível. Depois disso, os modems entram em modo silencioso e começam a enviar e receber os dados.
Mas por que o usuário precisava ouvir a toda essa conversa? Oona lembra que os primeiros modems eram projetados para enviar os sinais por meio do bucal dos telefones fixos, e só depois foram adaptados para se conectar diretamente à linha. Ou seja, essa foi uma questão de evolução de projeto. Inicialmente, parecia a coisa natural a se fazer.
Agora, o ruído da conexão dialup está deixando cada vez mais o cotidiano dos usuários para assumir definitivamente seu lugar de direito na história da internet.
A pesquisadora e hacker finlandesa Oona Räisänen preparou um gráfico mostrando o espectro de cada etapa de uma conexão dialup, do tom do telefone, passando pela discagem do número, pela troca de informações entre os modems, até o envio final (e ruidoso) de pacotes de teste. A imagem, que ilustra o topo deste texto em versão reduzida, pode ser conferida em alta resolução no blog de Oona.
O aperto de mão
Todo esse processo é conhecido como "handshake", ou aperto de mãos entre os modems. Na primeira etapa, o modem instalado na casa do usuário liga para o modem de um servidor, estabalecendo uma primeira conversa – referente ao som de tom da linha telefônica, seguido pelo barulho de discagem.
Aí a conversa assume o idioma das máquinas. "O modem remoto responde com um tom distinto que nosso modem pode reconhecer. Eles trocam fluxos de dados binários para estabelecer o protocolo apropriado. Essa é uma transação chamada V.8 bis", escreve Oona.
A conversa
Em seguida, os aparelhos precisam cancelar os mecanismos "supressores de eco", utilizados normalmente para bloquear uma direção do fluxo de áudio em chamadas de voz. Esse sistema, usado para melhorar a qualidade das ligações, é dispensável em uma conexão de dados, que trafegam simultaneamente nas duas direções sem problemas.
Na terceira etapa, os modems começam a testar quais modos de modulação são compreendidos por ambos, para garantir sua capacidade de conversar na mesma frequência. Tons de teste também são enviados para avaliar a linha e seu impacto sobre o sinal.
Arranjos finais
Com os dois lados de acordo, finalmente começa uma troca experimental de pacotes de dados binários. O objetivo nessa etapa é aparar as arestas, deixando o sinal em sua melhor forma para que a conexão ocorra da melhor maneira possível. Depois disso, os modems entram em modo silencioso e começam a enviar e receber os dados.
Mas por que o usuário precisava ouvir a toda essa conversa? Oona lembra que os primeiros modems eram projetados para enviar os sinais por meio do bucal dos telefones fixos, e só depois foram adaptados para se conectar diretamente à linha. Ou seja, essa foi uma questão de evolução de projeto. Inicialmente, parecia a coisa natural a se fazer.
Agora, o ruído da conexão dialup está deixando cada vez mais o cotidiano dos usuários para assumir definitivamente seu lugar de direito na história da internet.
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