Atualizado em 12 de outubro, 2012 - 09:59 (Brasília) 12:59 GMT
A expectativa era de que os
primeiros sedimentos a serem coletados pelo robô Curiosity, da atual
missão da Nasa em Marte, fossem apenas rochas de um material comum como o
basalto, mas uma análise recente revelou dados intrigantes.
Edward Stolper, um dos chefes da missão no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), diz que essas rochas se formam a partir de formações de magma ricas em água que se resfriaram sob altas pressões.
"[A rocha é] amplamente conhecida na Terra, em ilhas oceânicas como o Havaí e Santa Helena e nos Açores, e também em áreas rochosas do Rio Grande e por aí vai. Então, novamente, não é comum, mas é muito conhecida", acrescentou.
O jipe-robô Curiosity examinou a rocha pela primeira vez três semanas atrás. Na ocasião, não se acreditava que o sedimento tivesse alto valor científico.
Análises
O fato de o Curiosity poder examinar in loco os materiais coletados com seus próprios instrumentos é o principal diferencial desta missão. Até então, equipamentos anteriores enviados pela Nasa à Marte podiam coletar objetos, mas não analisá-los com esta precisão.Os cientistas identificaram que a rocha é rica em elementos como sódio e potássio e pobre em magnésio e ferro, o que a colocam em grau de comparação com o feldspato, uma rocha que não contém minérios.
O robô da Nasa chegou à superfície do planeta vermelho ainda em agosto e, desde então, já andou 500 metros.
O objetivo da missão é determinar se Marte já teve condições de abrigar a vida em algum momento desde sua formação.
Nas poucas semanas em que começou a colher materiais, o Curiosity já identificou uma série de rochas que foram claramente depositadas em água corrente. A teoria é que o jipe está localizado na nascente de um antigo local de grandes depósitos de sedimentos, conhecido como cone aluvial, onde uma rede de pequenos rios cruzava a superfície bilhões de anos atrás.
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