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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Telescópio Hubble acha quarta lua em Plutão

Astrônomos anunciaram ontem a descoberta de uma nova lua na órbita de Plutão.

O novo satélite, detectado em imagens do Telescópio Espacial Hubble, é o quarto a ser encontrado em torno daquele planeta-anão.

A nova lua, batizada provisoriamente de P4, tem um diâmetro estimado entre 13 km e 34 km, o que é considerado bastante pequena.

Caronte, a maior lua de Plutão, é cerca de 50 vezes maior que isso.

Segundo Mark Showalter, astrônomo do Instituto Seti, da Califórnia, e líder da campanha de observação que fez a descoberta, foi preciso muita insistência para conseguir uma imagem inequívoca da nova lua de Plutão.

"Nós conseguimos obter algumas imagens com bastante tempo de exposição ""entre oito e dez minutos"" e foi aí que ela apareceu", disse o cientista à Folha de S.Paulo.

"Agora que nós sabemos que ela está lá, somos capazes de identificá-la em imagens anteriores do Hubble", completou o cientista.

Showalter tinha obtido tempo extra de observação no telescópio espacial porque estava ajudando a equipe da sonda New Horizons, da Nasa, a planejar sua missão.


Espaçonave

A espaçonave robô está a caminho de Plutão desde de 2006 e já trilhou mais da metade da rota.

"Estamos tentando obter mais dados sobre a órbita de P4 agora para saber onde ela vai estar quando a New Horizons chegar a Plutão em 2015", afirma o astrônomo.

A New Horizons, de acordo com Showalter, vai passar muito perto de Plutão e de Caronte. Mas a P4 estará em uma órbita um pouco mais afastada, o que dificultará a obtenção de imagens.

"De qualquer forma, vamos enxergá-la muito melhor. Tudo o que temos, por enquanto, é um ponto numa imagem", explica.

Segundo o astrônomo, sem imagens coloridas mais detalhadas do satélite, qualquer afirmação sobre sua composição química ainda seria especulação.


Planeta

A equipe de cientistas da New Horizons estava entre as vozes descontentes quando, em 2006, Plutão foi rebaixado de planeta para planeta-anão pela IAU (União Astronômica Internacional).

O rebaixamento aconteceu depois que um astrônomo americano descobriu um astro com dimensões maiores que as de Plutão.

Showalter diz que concorda com a nova classificação, mas afirma que ainda há muito a se entender sobre os objetos que ficam na mesma região orbital de Plutão, o Cinturão de Kuiper. Não é comum um corpo celeste tão pequeno ter tantos satélites.

"Pode ser que plutão seja um tipo de objeto meio único, porque ele é um planeta-anão muito parecido com um planeta de verdade", diz.

"Nós vamos entender isso melhor quando a New Horizons chegar lá."
Por Folhapress

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