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quarta-feira, 31 de maio de 2017

Mulher-Maravilha faz jus ao nome em filme grandioso

Mulher-Maravilha faz jus ao nome em filme grandiosoAdaptação dirigida por Patty Jenkins e estrelada por Gal Gadot é o melhor longa da universo cinematográfico da DC Comics

Publicado em: 31/05/2017 13:00 Atualizado em: 31/05/2017 13:18


Quase duas décadas após super-heróis se estabelecerem como gênero nos cinemas, com X-men (2000) chega o primeiro filme estrelado por uma personagem feminina. Mulher-Maravilha, em cartaz a partir de hoje, é importante não apenas por inserir uma heroína dos quadrinhos em primeiro plano, mas pela ingrata missão de se mostrar rentável dentro de uma indústria que raramente dá espaço a mulheres.
Com orçamento estimado em US$ 120 milhões, o longa dirigido por Patty Jenkins (Monster: Desejo assassino) é a mais cara produção conduzida por uma mulher. Ainda assim, o investimento é menor no comparativo com outros títulos da DC Comics, como Homem de Aço (2013), que custou US$ 225 milhões ou Esquadrão Suicida (2016), orçado em US$ 175 milhões. Jenkins é também a primeira diretora a à frente de uma superprodução adaptada das HQs, embora por pouco Mulher-Maravilha não foi o debute dela entre filmes de heróis. Escolhida para a direção de Thor: O mundo sombrio (2013), abandonou o projeto por diferenças criativas.




A nova produção não é a estreia de Mulher-Maravilha nos cinemas. A personagem, interpretada por Gal Gadot, foi apresentada em Batman vs Superman: A origem da justiça (2016), sendo um dos poucos pontos memoráveis do fraco filme dirigido por Zack Snyder. E é enorme o contraste na forma como a heroína é retratada nesses dois longas. Mesmo construída como figura forte e empoderada em Batman vs Superman, a Mulher-Maravilha sofre certa objetificação nas câmeras de Snyder, que insiste, em algumas cenas, nos closes desnecessários pelo corpo de Gadot. Jenkins não tenta esconder o que o curto uniforme da personagem inevitavelmente revela em cenas de ação. Mas toda movimentação parece harmoniosa e natural, sem sexualização, como um balé.

Como na estreia da personagem, na revista All-Star Comics (1941), a princesa Diana, da Themyscira, ilha mítica habitada apenas por amazonas, tem a rotina interrompida pela queda de um avião pilotado pelo espião Steve Trevor (Chris Pine). No primeiro contato com um homem, ela fica sabendo da existência de um conflito de grandes proporções: a Primeira Guerra Mundial. Convicta de que se trata de uma nova investida de Ares, o deus da guerra, a poderosa semideusa decide abandonar seu mundo e viajar com o militar no intuito de trazer novamente a paz.

Filha de Hipólita (Connie Nielsen), rainha das amazonas, e de Zeus, Diana cresce como uma criança comum, sem saber da origem paterna. A relação direta com o deus lhe confere poder superior ao de qualquer outra amazona, até mesmo a General Antíope (Robin Wright), responsável pelo treinamento da princesa.

Carismática, Gal Gadot entrega à personagem uma balanceada dose de idealismo e poder, representando muito bem as características essenciais da heroína. Robin Wright também se destaca e nos faz desejar mais tempo em tela para a Gerenal Antíope. Principal representante masculino do elenco, Chris Pine não fica limitado a ser um interesse amoroso para Diana e funciona muito como um divertido coadjuvante. 

Menos sisudo que os outros filmes do universo cinematográfico estabelecido a partir de Homem de Aço, Mulher-Maravilha larga a atmosfera cinzenta e que predominou nas recentes produções com heróis da DC Comics. Mais leve, colorido e bem-humorado, remete ao clássico Superman (1978) e é, com tranquilidade, a mais acertada adaptação com um personagem da editora norte-americana nos últimos anos.

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