O diretor-geral de Organizações Internacionais do país acusou os Estados Unidos de buscarem "um ataque preventivo para derrubar o regime"
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17 abr 2017, 10h14
Pyongyang – O diretor-geral de Organizações Internacionais da Coreia do Norte,
Kim Chang-min, afirmou nesta segunda-feira em entrevista à Agência Efe
que a situação na região é “extremamente perigosa” e que, em qualquer
momento, pode haver uma guerra.
“Hoje há uma situação extremamente perigosa na península da Coreia,
na qual ninguém pode prever quando ficará fora de controle, o que pode
resultar em uma guerra total”, assegurou o alto funcionário do
Ministério das Relações Exteriores norte-coreano.
Kim culpou os Estados Unidos pela tensão atual na região e comentou
que o vice-presidente americano, Mike Pence, disse em sua visita à
Coreia do Sul que quer defender seus aliados asiáticos, mas, na
realidade, o que ele procura é “um ataque preventivo para derrubar o
regime” comunista norte-coreano.
O número 2 da Casa Branca ameaçou a Coreia do Norte hoje em Seul com a
“determinação” mostrada pelo governo de Donald Trump nos recentes
ataques na Síria e no Afeganistão, e indicou que Washington não vai
tolerar um novo teste de armas por parte dos norte-coreanos.
Nesse sentido, Kim assegurou que “seria um erro esperar uma resposta
da Coreia do Norte similar a da Síria, que não tomou nenhuma medida
depois do ataque dos EUA”.
“Washington diz que todas as opções estão sobre a mesa. Não só eles, mas nós também temos nossas próprias opções”, declarou o alto funcionário norte-coreano.
Veja também:
Coreia do Norte não deveria testar determinação de Trump
Em relação ao último teste de mísseis realizados pela Coreia do Norte
no domingo, que foi um fracasso e que as autoridades de Pyongyang não
confirmaram, Kim disse que este tipo de teste faz parte do programa
armamentista norte-coreano.
“A estratégia da República Popular Democrática de Coreia (RPDC, nome
oficial da Coreia do Norte) é desenvolver suas capacidades militares e a
economia de forma simultânea. Esses lançamentos e testes nucleares são
parte do processo normal para atingir esses dois objetivos ao mesmo
tempo”, afirmou o funcionário do regime de Kim Jong-un.
Além disso, o alto funcionário da diplomacia norte-coreana denunciou
que as sanções econômicas impostas pelo Conselho de Segurança da ONU à
Coreia do Norte em resposta a seus últimos testes nucleares e
lançamentos de mísseis são “ilegais” e afirmou que o fato de que as
mesmas tenham recebido o apoio de Rússia e China, seus tradicionais
aliados, “não as transformam em legais”.
“Nunca aceitaremos as sanções que foram impostas. As rejeitamos
taxativamente. Se os testes nucleares são uma ameaça para a segurança
mundial, os EUA deveriam ser os primeiros a serem punidos”, disse Kim
Chang-min.
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