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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Novo presidente da Saneago promete transparência após operação da PF

30/08/2016 07h52 - Atualizado em 30/08/2016 07h52


Ex-presidente do órgão e presidente do PSDB chegaram a ser presos.
Polícia diz que dinheiro desviado era para pagar dívida de campanha e OS.

Do G1 GO









O novo presidente da Companhia Saneamento de Goiás (Saneago), José Carlos Siqueira, prometeu uma maior transparência na empresa após a Operação Decantação da Polícia Federal, que investigou desvio de R$ 4,5 milhões para o pagamento de propina e dívidas de campanhas políticas, em Goiânia. Na ocasião, o então presidente, José Taveira Rocha, foi preso. Além dele, o presidente do PSDB em Goiás, Afrêni Gonçalves, também foi detido. Ambos já deixaram o presídio.
José Carlos Siqueira era vice-presidente da Goiás Parcerias, órgão estatal que tem como objetivo apoiar e viabilizar a implantação do programa de Parcerias Público-Privadas (PPP). Ele foi indicado pelo governador Marconi Perillo e eleito na segunda-feira (29) pelo conselho administrativo da companhia após a prisão do ex-presidente.
“Vamos ampliar fortemente a transparência da Saneago no que tange os sistemas de licitação, contratação, gestão de contratos e pagamento de despesas”, disse Siqueira. Ele esclareceu ainda que toda comissão de licitação, um dos principais setores investigados pela Polícia Federal, será totalmente reformulado ainda esta semana.
O novo presidente explicou ainda que pretende recuperar a imagem da empresa após as investigações. “A missão é bem administrar a empresa, manter seus níveis de governança corporativa, flexibilidade financeira, idoneidade diante no mercado financeiro e fornecer água e saneamento básico de qualidade para a população”, afirmou.
Siqueira explicou que o órgão vai contratar uma empresa de auditoria para fazer uma checagem em todos os contratos da empresa, para descobrir se existem outras irregularidades. Ainda não existe uma previsão para que esse trabalho seja concluído.
Operação
A operação aconteceu no último dia 24. No dia 14 pessoas foram presas. Segundo as investigações, verbas federais desviadas da Saneago foram usadas para pagar campanhas políticas, propinas a servidores do órgão e até uma Organização Social (OS) na área da saúde. A fraude chegou R$ 4,5 milhões.

Dos 14 presos, quatro já deixaram o presídio. Entre eles estão ex-presidente da Saneago José Taveira Rocha, e o diretor de Expansão do órgão e presidente do PSDB em Goiás, Afrêni Gonçalves. A soltura ocorreu após o prazo da prisão temporária, de cinco dias, expirar. Os demais presos seguem no Núcleo de Custódia.
Afrêni Gonçalves, presidente do PSDB-GO, e José Taveira, presidente da Saneago (Foto: Reprodução/Facebook e Sílvio Túlio/G1)Afrêni Gonçalvese e José Taveira foram soltos da prisão (Foto: Reprodução/Facebook e Sílvio Túlio/G1)
Ao todo, foram cumpridos 120 mandados judiciais em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Formosa e Itumbiara, em Goiás, além de São Paulo e Florianópolis (SC). Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na sede do diretório estadual do PSDB.
“A busca foi para ter provas que liguem o partido ao recebimento de dinheiro da Saneago para o pagamento de dívidas de campanhas políticas em 2014. O diretor regional do partido está vinculado à Saneago, é diretor de expansão do órgão”, disse o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Teixeira.
A Polícia Federal informou que a Saneago contratou uma empresa de assessoria, que fazia licitações de forma a direcionar o resultado da seleção para que as vencedoras fossem as empresas participantes da fraude.
Em troca, as companhias repassavam dinheiro em forma de propina, pagamento de dívidas de campanhas, repasse para OS e até coquetéis feitos dentro do palácio do governo em nome do órgão.
Imagem mostra esquema investigado pela PF na Saneago, em Goiás (Foto: Divulgação/PF)Imagem mostra esquema investigado pela PF na Saneago, em Goiás (Foto: Divulgação/PF)











O advogado do presidente regional do PSDB, Afrêni Gonçalves Leite, disse que o seu cliente  está contribuindo com as investigações e que ele  nega  qualquer acusação de  que tenha usado o cargo  para obter vantagens para o partido.
O PSDB disse que confia na idoneidade de Afrêni e que tem contribuído com as investigações. O partido afirmou ainda que todas as doações de campanha do partido são legais e foram devidamente declaradas à Justiça Eleitoral, que aprovou a prestação de contas do partido.
Escutas telefônicas

Na sexta-feira (26), o governador afirmou que não está sendo acusado de nada e que não há "um centavo" que possa estabelecer "qualquer nexo" entre o Governo de Goiás, a campanha do PSDB e recursos Saneago.
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