Cantor morreu de câncer aos 69 anos.
Artistas falam sobre carreira do camaleão que revolucionou o mundo pop.
O mundo da música está de luto. Morreu David Robert Jones ou David Bowie. O astro inglês da música pop, de 69 anos, lutava contra um câncer havia um ano em meio.
A notícia da morte do cantor foi confirmada pelo agente dele e depois pelo filho do primeiro casamento do cantor. Duncan Jones escreveu na internet: "sinto muitíssimo dizer que é verdade". Bowie morreu ao lado da família, que não deu mais detalhes sobre a doença, nem do funeral.
David Bowie também foi Ziggy Stardust, foi Alladin Sane, foi Major Tom. Encarnava quem quisesse, se vestia do jeito que queria. Por isso era chamado de camaleão do rock.
Na Inglaterra, as reações foram imediatas. É uma perda imensa, escreveu o primeiro-ministro, David Cameron. Como tanta gente, ele disse ter crescido ouvindo David Bowie.
O ministro da Fazenda, George Osborne, também confessou que é a trilha sonora da vida dele.
Repercussão
Muitos artistas se manifestaram pelas redes sociais. A cantora Madonna escreveu: "estou devastada. Foi o primeiro show que eu vi na minha vida, em Detroit". Ela também postou uma foto ao lado de Bowie e citou um verso de uma das músicas dele. O roqueiro Gene Simmons, guitarrista do Kiss, postou: "David Bowie, vamos sentir demais a sua falta". O rapper Pharrel Williams disse que Bowie foi um inovador autêntico.
Muitos artistas se manifestaram pelas redes sociais. A cantora Madonna escreveu: "estou devastada. Foi o primeiro show que eu vi na minha vida, em Detroit". Ela também postou uma foto ao lado de Bowie e citou um verso de uma das músicas dele. O roqueiro Gene Simmons, guitarrista do Kiss, postou: "David Bowie, vamos sentir demais a sua falta". O rapper Pharrel Williams disse que Bowie foi um inovador autêntico.
Outro rapper, Kanye West, postou: "David Bowie nos deu magia para vida toda". O produtor musical Giorgio Moroder, um dos mais famosos da música pop, escreveu que teve a felicidade de trabalhar com um gênio.
A morte de Bowie repercutiu até no Espaço. O astronauta britânico Tim Peake, que está na estação espacial internacional, se disse triste de saber que Bowie perdeu a luta contra o câncer.
Perfil
David Bowie enxergava o futuro. Só podia ser. Um artista anos luz à frente do seu tempo, que ditou o gosto musical, a moda e o comportamento de gerações.
Showman, Bowie era uma força sobrenatural no palco. Teatral, dramático, ele entendia o papel do artista em inspirar, surpreender, chocar. Não era só o som, era o visual, a atitude, a história.
Bowie se morfava nos personagens que inventava. Cada fã que se preze tem o seu favorito. O primeiro, major Tom, trouxe fama mundial em 1969 com a música 'Space Oddity'. O mais conhecido, o andrógino Ziggy Stardust, virou alter-ego. A maquiagem, roupas extravagantes, o cabelo laranja. Era um ode à diferença, à bizarrice, à individualidade. Madonna e Lady Gaga trilharam o caminho que Ziggy criou.
Bowie e o visual colorido de seus personagens também inspiraram capas de revistas de moda. Em Berlim, Bowie gravou alguns dos seus melhores álbuns: Low, Heroes e Lodger. O disco 'Let's Dance' cativou fãs mais jovens e músicas como 'Modern Love' embalam festas até hoje. Destemido, lançou discussões sobre sexualidade. Se arriscou nas telas do cinema como em 'Labirinto', e 'Fome de viver'. Viveu o artista Andy Warhol no filme "Basquiat".
Nos anos 1990, visitou o Brasil com a turnê Sound and Vision. Três anos atrás, o público lotou a exposição dedicada ao herói do rock no Victoria & Albert, em Londres. O museu recebeu acesso sem precedentes ao acervo do cantor. Manuscritos de letras escritas à mão revelaram um artista obsessivo, que deixava instruções meticulosas para figurinistas e produtores. A exposição foi depois para o Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo. Mais de 80 mil fãs visitaram a mostra. As filas foram gigantescas.
Ainda em 2013, sem alarde, Bowie lançou o primeiro disco em dez anos. A crítica, surpresa, falou em volta triunfal. Típica de um artista camaleônico, sempre em transformação. A voz que tanto inspirou foi muito imitada, mas a original é insubstituível.
O produtor Tony Visconti, parceiro na maioria dos álbuns do cantor, lembrou que Bowie só fazia o que queria, sempre do jeito dele e da melhor maneira possível.
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