Publicado em domingo, 30 de agosto de 2015 às 09:45 Histórico
Um dia depois de fazer declaração explícita de que pode ser
candidato à Presidência em 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva disse ontem que, em resposta às críticas que vem sofrendo de
adversários e movimentos antipetistas, vai "voltar a voar" no sentido de
que pretende fazer política com mais intensidade.
"Na verdade estou
naquela fase de quem está esperando o dia da aposentadoria mas as
pessoas não me deixam em paz. Os adversários todo santo dia falam do meu
nome. E eu aprendi uma coisa. Você só consegue matar um pássaro se ele
ficar parado no mesmo galho. Se ele ficar pulando, é difícil. Então é o
seguinte: eu voltei a voar outra vez", disse Lula, ontem, durante
seminário sobre as cidades do século 21 promovido pela prefeitura de São
Bernardo, do qual também participou o ex-presidente do Uruguai, José
Pepe Mujica. "Eu agora vou falar, vou viajar, vou dar entrevistas",
completou o petista.
Nos últimos dias, em conversas reservadas,
Lula tem dito que o risco de afastamento da presidente Dilma Rousseff
passou e os alvos agora são ele próprio e o PT. Por isso, decidiu se
colocar na disputa e servir como uma espécie de anteparo do governo.
"Como tenho as costas largas e já apanhei demais na vida vou ver se eles
dão um pouco de sossego para nossa querida Dilma e começam a se
incomodar comigo outra vez", afirmou o ex-presidente, que condenou o que
chamou de "ódio contra o PT".
Depois de ouvir de Mujica que "não
há homens imprescindíveis, há causas imprescindíveis", Lula concordou,
mas fez uma ressalva. "Todo homem que se sente insubstituível e
imprescindível, quando começa a pensar isso é porque está nascendo
dentro dele um ditador. Não existe ninguém insubstituível, mas também
não se criam lideranças do mesmo jeito que você faz pão".
Movimentos.
Em um discurso de mais de uma hora, Lula fez críticas indiretas à
presidente Dilma Rousseff ao dizer que nenhum governo pode se afastar da
população. "Um governo só pode dar certo se ouvir os movimentos
sociais, e ouvir mais de uma vez", disse Lula que, também em conversas
reservadas, reclama frequentemente da falta de disposição de Dilma para o
diálogo.
Embora tenha admitido que o PT e o governo cometeram
"alguns erros", Lula não falou sobre os escândalos de corrupção
protagonizados por petistas e aliados.
'praga'.
Em Cuiabá, o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, um dos tucanos cotados para
disputar a Presidência em 2018, fez o discurso mais veemente do ato que
marcou a entrada do governador de Mato Grosso, Pedro Taques, no PSDB.
"Temos que nos livrar dessa praga que é o PT. O PT do desemprego, da
inflação, dos juros pornográficos e dessa praga do desvio do dinheiro
público. Hoje é tempo de honestidade.
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