Um grupo de pesquisadores descobriu uma
réplica em miniatura do nosso sistema solar. Ou quase isso, já que o novo
sistema descoberto é 7 bilhões de anos mais velho.
Foram necessários quatro anos de
interpretação de imagens e dados coletados pela nave espacial Kepler, da Nasa,
para compreender a dimensão deste da descoberta. Com 11 bilhões de anos, ele se
formou próximo à estrela Kepler-444, que possui cerca de 75% do tamanho do nosso
Sol.
Cinco planetas de tamanho pequeno --
comparados a Mercúrio e Vênus -- orbitam a estrela. Para se ter ideia da idade
do novo sistema, saiba que o nosso sistema solar tem 4,6 bilhões de anos e a Via
Láctea, 13,2 bilhões. Isso significa que quando o nosso Sol apareceu, esse
sistema já era relativamente velho.
Sarbuni Basu, professor de astronomia de
Yale e um dos pesquisadores que descobriu o novo sistema, conta que as
temperaturas extremas da Kepler-444 causam o derretimento de certos materiais de
suas camadas, fazendo com que a estrela inteira trema. Essas oscilações alteram
o brilho da estrela por pequenos espaços de tempo, o que permitiu aos
pesquisadores descobrir o tamanho, idade e composição da Kepler-444.
"Pudemos determinar quantas vezes por
segundo a estrela pulsa, e esse número é relacionado à estrutura da estrela,"
conta Basu. "Então podemos trabalhar de trás para a frente e aprender o que é
que tem dentro dela". Esse é o processo usado pela asterosismologia, o estudo do
interior estrelas pulsantes.
Os pesquisadores ficaram surpresos com o
fato de planetas orbitarem a Kepler-444, já que o sistema planetário nasceu
"pouco" tempo depois da Via Láctea. Pesquisadores vêm teorizando sobre quais
metais pesados são necessários para que planetas se formem na órbita de uma
estrela, então essa descoberta pode ser uma pista para esses estudos, além de
abrir a possibilidade de que muitos outros sistemas solares estejam espalhados
por aí.
Com o número crescente de planetas na nossa galáxia, aumenta a chance de que vida extraterrestre esteja mais próxima do que imaginamos. "Estes planetas não estão em áreas habitáveis, mas se encontrarmos planetas tão velhos quanto estes em áreas habitáveis, existem chances de haver vida neles", diz Basu.
Na Terra, pelo menos, levou algum tempo para formas de vida simples evoluírem para seres inteligentes, então não é uma completa loucura imaginar que planetas muito mais antigos que o nosso tenham desenvolvido seres muito mais evoluídos do que os que vivem na Terra.
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