Tradutor - Select your language

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

EUA preparam guerra de vários anos contra o Estado Islâmico



EUA preparam guerra de vários anos contra o Estado Islâmico
US Navy/Reuters

Barack Obama já tinha referido que a guerra ao Estado Islâmico não ficaria concluída durante o seu mandato. O Pentágono confirma agora que serão precisos anos para combater osjihadistas. Na madrugada de quarta-feira, novos ataques aéreos foram lançados em território sírio.

O contra-almirante John Kirby confirmou que “não serão dias, semanas ou meses” e que serão necessários vários anos para combater o Estado Islâmico. Numa entrevista à BBC, Kirby não quis avançar números, mas relembrou que “esta é uma ameaça real”, uma ameaça aos interesses americanos, “aos interesses da região e uma ameaça aos iraquianos”.

O responsável do Pentágono considera ainda ser difícil prever as próximas ações do Estado Islâmico. Kirby salienta que as forças extremistas têm uma grande capacidade de adaptação e conseguem mudar facilmente de tática quando são atacadas. No entanto, realça que os americanos também têm capacidade de adaptação e que não estão sozinhos nesta missão.

O facto de a América não estar sozinha neste conflito já tinha sido uma das bandeiras do último discurso de Barack Obama. Na terça-feira, Obama confirmou que os ataques tinham sido apoiados por cinco países árabes - Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Bahrein e Qatar.

“A América orgulha-se de estar lado a lado com estas nações em nome da nossa segurança comum”, afirmou o Presidente norte-americano.“Não é apenas uma luta da América, sobrepõe-se a todas as pessoas e governos do Médio Oriente”, acrescentou Obama.

O Presidente dos Estados Unidos anunciou ainda o aumento da participação norte-americana nos treinos e na atribuição de equipamento à oposição síria, prosseguindo com o plano já aprovado pelo Congresso. Com este apoio à oposição síria, Barack Obama disse querer combater o Estado Islâmico, mas também o regime de Bashar Al-Assad.
Ataques aéreos regressam à Síria
Durante a madrugada de quarta-feira os ataques aéreos voltaram a fazer sentir-se em território sírio. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, foram executados cinco raids próximo da fronteira com o Iraque. Rami Abdulrahman, responsável pelo Observatório, disse à Reuters que os ataques foram realizados na cidade de Albu Kamal e na zona envolvente.

O Observatório acredita que os aviões eram provenientes da Turquia e que pertencem à coligação internacional, uma vez que os EUA têm uma base aérea em solo turco. As autoridades turcas já negaram que o seu espaço aéreo tenha sido utilizado para ataques ao Estado Islâmico e referiram ainda que a base americana também não foi utilizada para esses fins.

Os bombardeamentos na Síria obrigaram muitos combatentes extremistas a sair de Raqqa, a capital dos extremistas em território sírio. Segundo as autoridades militares curdas, houve um aumento da presença de combatentes e de tanques do Estado Islâmico na região, desde que começaram os bombardeamentos da coligação internacional em Raqqa.
Londres mantém indefinição
Enquanto os ataques aéreos continuam na Síria e no Iraque, mantém-se a angariação de países para uma coligação alargada. Segundo os Estados Unidos, mais de 50 países já ofereceram a sua ajuda no que Barack Obama considera ser um “esforço abrangente de combate à ameaça terrorista”.

O Reino Unido já apoia a coligação, mas ainda não participa nos ataques aéreos. Por agora, o esforço britânico tem-se traduzido na entrega de armamento às autoridades curdas e em apoio humanitário às populações. O jornal francês Le Monde avança que David Cameron poderá anunciar a participação britânica nos ataques aéreos esta quarta-feira. O primeiro-ministro britânico irá discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas e deverá apelar à destruição do Estado Islâmico.

David Cameron acredita que o Reino Unido não pode ficar de fora deste conflito e já demonstrou a sua vontade em participar na ofensiva aérea. No entanto, a participação britânica terá ainda de ser autorizada pelo Parlamento que, no ano passado, recusou o envolvimento na luta contra o Presidente Bachar Al-Assad. Cameron mostra-se convicto de que, desta vez, o Parlamento autorizará a participação britânica.

Esta quarta-feira a Administração Obama irá encabeçar uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que será marcada pelo conflito contra o Estado Islâmico. Do encontro deverá resultar uma resolução que exigirá que todos os países tomem medidas destinadas a evitar o recrutamento de jihadistas que se tem verificado em vários países ocidentais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário