Zagueiro do Inter denunciou injúria racial em clássico em março, mas investigação não achou culpados; Tricolor foi punido por ofensas de torcedores a goleiro do Santos
Paulão reclamou de ofensas em Gre-Nal na Arena (Foto: Diego Guichard/Globoesporte.com)
Envolvido em episódio de injúria racial em março na Arena, Paulão comentou a exclusão do Grêmio da Copa do Brasil, em julgamento nesta quarta-feira no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O zagueiro do Inter aprovou a condenação do maior rival e espera que a prática vire rotina, caso ocorram novos casos.
- Eu espero que seja sempre dessa forma, no Brasil e no mundo. Essa situação de racismo é muito ultrapassada. Essa punição é a melhor coisa para acontecer. Foi uma decisão correta. Se continuar dessa maneira, para mim é ótimo - disse, em entrevista à Rádio Guaíba, em Salvador, onde o Inter enfrenta o Bahia na quinta, pela Copa Sul-Americana.
O Tricolor foi punido pelas injúrias raciais proferidas por torcedores contra o goleiro do Santos Aranha, na última quinta-feira. A pena prevê ainda o pagamento de uma multa de R$ 54 mil - dos quais R$ 50 mil são referentes ao caso de injúria racial, R$ 2 mil a um rolo de papel higiênico arremessado em direção ao gramado e R$ 2 mil ao atraso da equipe para entrar em campo - e a proibição de ir ao estádio por 720 aos torcedores identificados. O clube irá recorrer da decisão.
O Tricolor foi punido pelas injúrias raciais proferidas por torcedores contra o goleiro do Santos Aranha, na última quinta-feira. A pena prevê ainda o pagamento de uma multa de R$ 54 mil - dos quais R$ 50 mil são referentes ao caso de injúria racial, R$ 2 mil a um rolo de papel higiênico arremessado em direção ao gramado e R$ 2 mil ao atraso da equipe para entrar em campo - e a proibição de ir ao estádio por 720 aos torcedores identificados. O clube irá recorrer da decisão.
Paulão relatou ter sofrido ofensas de um torcedor na saída do Gre-Nal 400, de 30 de março, também na Arena, válido pela final do Gauchão. Na esfera esportiva, o Grêmio foi multado em R$ 80 mil após julgamento no TJD-RS. No entanto, conseguiu diminuir o valor para R$ 10 mil.
A Polícia Civil havia encerrado o inquérito sem apontar culpados. A Justiça, porém, pediu novas investigações. A próxima etapa é fazer Paulão identificar o suspeito.
A Polícia Civil havia encerrado o inquérito sem apontar culpados. A Justiça, porém, pediu novas investigações. A próxima etapa é fazer Paulão identificar o suspeito.
Entenda o caso
O incidente no jogo entre Grêmio e Santos, na Arena do Grêmio, ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo.
A jovem mostrada pelas imagens do canal ESPN foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Patrícia Moreira era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida. Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia na sexta.
Diante da repercussão, Patrícia evitou dormir em casa nos últimos dias. Ela se refugiou em residências de parentes e amigos para evitar retaliação. Pedras foram jogadas em direção a sua casa na noite de sexta-feira. Até o momento, oito pessoas foram intimidas a depor pela Polícia Civil em Porto Alegre. Cinco foram ouvidas.
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