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Redação em
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01.05.2014 às 10h30
Desde a descoberta do trojan SMS Trojan-SMS.AndroidOS.FakeInst.ef em
fevereiro de 2013, outras 14 versões do malware foram identificadas e
rastreadas em 66 países, incluindo Argentina, Brasil, Chile e outros
países da América Latina. O malware é responsável pelo envio de
mensagens a números comerciais.
Para começar a operar, o FakeInst
se camufla como um aplicativo para assistir vídeos pornográficos. O app
pede ao usuário que aceite enviar uma mensagem de texto para comprar os
conteúdos e, depois de enviar a mensagem, o trojan abre um site de
livre acesso ao conteúdo e se instala.
No
entanto, para enviar a mensagem, o trojan decifra um arquivo de
configuração que contém todos os números e prefixos telefônicos. Desta
lista, o FakeInst seleciona os números e prefixos apropriados para o
código do país para o usuário móvel.
"Por exemplo, o FakeInst é
capaz de enviar 3.085 diferentes modificações de textos a números
telefônicos curtos, normalmente utilizados para concursos e promoções,
sem que o dono do celular se dê conta e, desta maneira, o cibercriminoso
ganha dinheiro de maneira ilícita. No Brasil, Argentina e México o
Trojan envia a mensagem para um número de 5 dígitos, no Chile, Equador,
Paru, Colômbia e Venezuela para um número de 4 dígitos, enquanto na
Bolívia para um número de 3 dígitos", explica Dmitry Bestuzhev, diretor
da equipe de investigação e análises da Kaspersky Lab para a América
Latina.
Distribuição geográfica das infecções causadas pelo Trojan-SMS.AndroidOS.FakeInst.ef (Fonte: Kapersky)
O
Trojan também se comunica com um servidor para receber mais instruções.
De todos os comandos que recebe e processa, ele encontra a brecha para
enviar uma mensagem com um conteúdo específico para um número que
aparece listado no comando, além da habilidade de interceptar mensagens
novas. O trojan pode fazer várias coisas com as novas mensagens:
roubá-las, eliminá-las ou até mesmo respondê-las.
"A economia da
América Latina tem estado estável e em crescimento, junto ao crescimento
exponencial dos usuários móveis na região que tem
internet,
é possível que os criminosos se foquem em nossa região. A combinação
mortal para um usuário é ter o hábito de ver pornografia no celular e
não ter um antivírus em seu dispositivo móvel. A única maneira de não
perder dinheiro da sua conta por conta deste Trojan é tendo um
antivírus que o detecte e impeça sua instalação", afirmou Bestuzhev.
Analistas
da Kaspersky Lab consideram que o FakeInst é obra de cibercriminosos
russos, já que suas primeiras versões estavam desenhadas para funcionar
somente na Rússia e porque todos os seus servidores estão registrados e
alojados em provedores deste país.