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domingo, 16 de março de 2014

Em RO, nível do Rio Madeira chegará a 19,40m em 20 dias, diz Defesa Civil

16/03/2014 15h37 - Atualizado em 16/03/2014 16h04

Cota sobe e diminui em média 3 centímetros ao dia; há 13 mil fora de casa.

Após sobrevoar região, presidente Dilma Rousseff anunciou medidas.

Assem NetoDo G1 RO
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Comandante dos Bombeiros mostra projeções nada animadoras feitas pela ANA (Foto: Assem Neto)Comandante dos Bombeiros mostra projeções nada animadoras feitas pela ANA
(Foto: Assem Neto)
A Agência Nacional de Águas (ANA) estima que o nível do Rio Madeira alcance a marca de 19,40 metros até o dia 2 de abril, informou o coronel Lioberto Caetano, coordenador da Defesa Civil Estadual e comandante do Corpo de Bombeiros de Rondônia. Esse registro acende o terceiro alerta seguido das autoridades locais, que trabalhavam com uma cota 20 centímetros menor. "O avanço das águas está mais lento, mas temos registrado altas e baixas que oscilam de 3 a 4 centímetros ao dia nas últimas semanas", afirmou o militar. A cota deste domingo chegou a 19,15 metros. Após sobrevoar as áreas atingidas em Rondônia e Acre, a presidente Dilme Roussef usou o seu perfil no microblog twitter para se solidarizar às vítimas da cheia. Ela afirmou que a população terá apoio total do Governo para reconstrução e para iniciativas futuras para que a região não seja isolada do resto do país em cheias como esta. "Neste momento, nossa prioridade é  resgatar e apoiar os desabrigados", postou a presidente.
Há 2.502 famílias atingidas diretamente, o equivalente a mais de 13 mil pessoas, em Porto Velho, nos 11 distritos da capital e nas três cidades que enfrentam emergência (Guajará-Mirim, Santa Luzia e Rolim de Moura). São 800 famílias desabrigadas ocupando 13 escolas públicas e cinco igrejas, e 1.702 famílias desalojadas, vivendo em casa de parentes. "As consequências principais seriam a inundação de mais vias públicas, que precisariam ser interditadas na capital", afirmou o oficial do Corpo de Bombeiros.
Presidente Dilma Rousseff faz pronunciamento após sobrevoar áreas alagadas em RO (Foto: Gaia Quiquio/G1)Presidente Dilma Rousseff faz pronunciamento
após sobrevoar áreas alagadas em RO
(Foto: Gaia Quiquio/G1)
Os rondonienses atingidos terão prioridade máxima no cadastro do Programa “Minha Casa, Minha Vida”, anunciou a presidente Dilma Roussef, neste sábado (15), após sobrevoar as áreas alagadas em Porto Velho. Esta é a primeira consequência do Estado de Calamidade Pública reconhecido  na capital e 11 distritos pelo Ministério da Integração Nacional.
“Eu olhei o Rio Madeira, estive no nordeste, que está na pior seca. Nós temos tido fenômenos naturais bem sérios no Brasil. É possível conviver com o fenômeno. Vamos discutir sim. Rio de planície tem pouco desnível. Não é possível olhar para essas duas usinas e achar que elas são responsáveis pela quantidade de água do Rio Madeira”, diz a presidente ao negar que as hidrelétricas Santo Antônio e Jirau tenham influência sobre as enchentes que, segundo cálculos das autoridades locais.
O pacote de medidas emergenciais inclui ainda o perdão de todas as dívidas dos agricultores e ribeirinhos junto às instituições financeiras, além da liberação imediata do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), inclusive nas cidades que enfrentam emergência (Guajará Mirim, na fronteira com a Bolívia, Rolim de Moura e Santa Luzia).  Possíveis financiamentos contraídos por comerciantes para expansão de suas atividades também poderão ser renegociados, segundo determinou a presidente.
De Rondônia, a presidente seguiu para o Acre, onde anunciou a construção de uma ponta para interligar os dois estados. "Nós faremos a ponte sobre o Rio Madeira e isso vai beneficiar a todos vocês", garantiu. Atualmente, a BR-364 é a única via terrestre que liga o os dois estados e está bloqueada há 20 dias devido a cheia do Madeira.
“Essas pessoas já podem procurar a Caixa Econômica Federal (CEF) e demais bancos nesta segunda-feira [17]”, disse ao G1 o comandante geral do Corpo de Bombeiros. O governo federal liberou R$ 5,6 milhões dos R$ 16 milhões necessários, segundo o Estado deRondônia, para socorro e assistência aos desabrigados.

“A terceira etapa, que é a reconstrução das cidades, dos acessos rurais (estradas e pontes) e prédios públicos inundados, dependem de bilhões”, afirmou o comandante dos bombeiros. Receita Federal e Justiça Eleitoral estão entre as instituições que funcionam em endereços alternativos sem a certeza de que poderão reutilizar suas sedes.
“Estimamos em R$ 1 bilhão os danos gerais causados por esse desastre natural”, disse o prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif. A Secretaria de Fazenda estima que 29% da receita líquida do município tenham sido afetados.
Dilma determinou ainda a prorrogação por 2 meses do seguro-defeso, benefício concedido aos pescadores profissionais, no valor de 1 salário mínimo, durante o período de reprodução dos peixes.

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