Paleontologia
Considerado raro, o fóssil encontrado nos EUA tem 46 milhões de anos
Descoberta: o mosquito tinha se alimentado com sangue pouco antes de morrer
(AFP/Smithsonian Institution/Byline)
No filme Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros, lançado
há 20 anos, cientistas clonaram dinossauros a partir do sangue
encontrado no estômago de um mosquito fossilizado. Nesta segunda-feira,
pela primeira vez, pesquisadores anunciaram ter encontrado um fóssil
preservado por aproximadamente 46 milhões de anos de um mosquito de meio
centímetro com o abdômen cheio de sangue, do qual havia se alimentado.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Hemoglobin-derived porphyrins preserved in a Middle Eocene blood-engorged mosquito
Onde foi divulgada: periódico Pnas
Quem fez: Dale E. Greenwalt, Yulia S. Goreva, Sandra M. Siljeström, Tim Rose e Ralph E. Harbach
Instituição: Museu Nacional de História Natural de Washington, nos EUA, e outras
Resultado: Os cientistas encontraram um raro fóssil de um mosquito com o abdômen cheio de sangue, do qual havia se alimentado. A descoberta confirma a existência da hematofagia, o ato de se alimentar de sangue, há 46 milhões de anos
Título original: Hemoglobin-derived porphyrins preserved in a Middle Eocene blood-engorged mosquito
Onde foi divulgada: periódico Pnas
Quem fez: Dale E. Greenwalt, Yulia S. Goreva, Sandra M. Siljeström, Tim Rose e Ralph E. Harbach
Instituição: Museu Nacional de História Natural de Washington, nos EUA, e outras
Resultado: Os cientistas encontraram um raro fóssil de um mosquito com o abdômen cheio de sangue, do qual havia se alimentado. A descoberta confirma a existência da hematofagia, o ato de se alimentar de sangue, há 46 milhões de anos
"Trata-se de um fóssil extremamente raro, o único do tipo no mundo",
disse Dale Greenwalt, pesquisador do Museu Nacional de História Natural
de Washington, nos Estados Unidos, e principal autor do estudo. A
pesquisa foi publicada no periódico Pnas.
Diferentemente da ficção, na vida real nenhum DNA foi encontrado no
sangue preservado no abdômen do mosquito – nem de dinossauros (extintos
há 65 milhões de anos), nem de qualquer animal. Os pesquisadores
explicam que o DNA é uma molécula grande e frágil, e por isso não
sobrevive ao processo de fossilização.
"Como muito do que se vê na ficção científica, o filme de certo modo
previu algo com que nós podíamos nos deparar", afirmou Greenwalt. Para o
pesquisador, o sangue encontrado no fóssil pode ter sido de uma ave,
pois o mosquito ancestral se assemelha a um inseto moderno do gênero
Culicidae, que se alimenta do sangue desses animais.
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Pesquisa – A hematofagia, ato de se alimentar de
sangue, ocorre em cerca de 14.000 espécies de insetos, como pulgas,
carrapatos e mosquitos. Apesar disso, evidências fósseis desse
comportamento são dificilmente encontradas. O estudo descreveu um
mosquito que havia se alimentado pouco antes de morrer. O fóssil foi
encontrado no estado americano de Montana, preservado em xisto
betuminoso, um tipo de rocha sedimentar.
Os pesquisadores identificaram níveis elevados de ferro no abdômen do
animal e utilizaram uma técnica conhecida como espectrometria de massa
não destrutiva para analisar sua fonte. Os resultados mostraram que o
ferro identificado vinha da heme, molécula presente no sangue que
permite o transporte de oxigênio.
Devido à raridade de fósseis desse tipo, muitos animais ancestrais
foram identificados como hematófagos com base em características
taxonômicas semelhantes a espécies atuais. Até o momento, evidências
diretas desse tipo de dieta se limitavam a fósseis de mosquitos em que
foram encontrados parasitas como o tripanossoma e o plasmodium, causador
da malária – que chegam ao inseto por meio do sangue.
(Com Agência France-Presse)
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