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• atualizado às 12h04
Usuários anônimos criam contas com nomes parecidos aos de importantes agentes do mercado, divulgam críticas e causam quedas
David
Einhorn, um operador financeiro conhecido por suas operações futuras a
descoberto, recorreu ao Twitter no mês passado para negar que tivesse
publicado uma mensagem no serviço de microblogs sobre a Herbalife.
"Aparentemente, tenho um imitador", disse o administrador de fundo de
hedge, acrescentando que não tinha planos de publicar "tuítes sobre
ações".
O que motivou a intervenção de Greenhorn, fundador da
Greenhorn Capital, foi uma mensagem publicada na conta @Greenlightcap,
agora suspensa, que dizia "O cabo de guerra $HLF será decidido, no fim,
por quem tiver mais dinheiro para brincar. Eu não gostaria de estar no
lugar de Bill agora #TeamIcahn".
Isso pode ter iludido leitores a imaginar que Einhorn -
que usa o Twitter com pouca frequência, na conta @davidin, em geral para
comentar sobre pôquer - estava tomando partido na batalha entre dois
grandes investidores, Carl Icahn e Bill Ackman, que têm posições opostas
na Herbalife.
Einhorn não é o único operador que teve forjada uma
presença no Twitter, hoje fonte importante de informações para muitos
investidores. No final de janeiro, as ações da Audience e da Sarepta
Therapeutics despencaram depois de tuítes supostamente publicados por
pesquisadores que acompanham o mercado futuro.
"As manobras de manipular altas e baixas de preços via
Twitter são evidentemente algo com que o mercado deve se preocupar,
ainda que não passem de uma nova maneira de as pessoas utilizarem
truques que vêm sendo usados desde sempre", disse Keith McCullough,
presidente-executivo do Hedgeye Risk Management, em New Haven, estado
americano deConnecticut. Ele usa o Twitter e tem mais de 22 mil
seguidores.
Em trapaças como essas, usuários anônimos criam contas
com nomes parecidos aos de importantes agentes do mercado, divulgam
comentários negativos e causam quedas fortes. As vendas que resultam
disso demonstram como a difusão de informações via mídia social pode
resultar em transações voláteis, e serve de alerta a investidores que
operam com base em certas notícias sem verificar plenamente a fonte.
A agência de investigação federal dos Estados Unidos (FBI) monitora o Facebook e o Twitter e informou à Reuters
em novembro que a mídia social terá parte importante nas fraudes
financeiras. O site da agência que regulamenta o mercado de valores
mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), traz um alerta
quanto ao possível uso de mídia social por trapaceiros para "parecerem
legítimos, se esconderem por trás do anonimato e atingirem muitas
pessoas a baixo custo".
A autoridade americana de regulação da indústria
financeira divulgou normas para o uso de mídia social pelos corretores e
operadores financeiros, e requer que mantenham registros de uso.
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