Admitindo ter usado aeronave, Lupi cobra presunção de inocência e diz que 'é muito difícil processo de memorização'
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Foto: AE
O ministro Carlos Lupi, durante audiência no Senado, nesta quinta-feira
Alegando fazer parte da correria da vida política entrar em carros, aviões e helicópteros, sem saber quem são os referidos proprietários, Lupi disse que sua viagem ao Maranhão foi organizada pelo seu ex-assessor Ezequiel Nascimento, a quem caberia, portanto, dar as explicações sobre o episódio. “Fui de carona com o Ezequiel. Como ele pagou, compete à companhia aérea e ao Ezequiel (prestar esclarecimentos). Não pedi aeronave, não solicitei.
Quero saber do que estou sendo acusado. Vivi um linchamento público durante cinco dias.”
Cobrado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que chegou a dizer que a fala o deixava "ridículo" perante a opinião pública, Lupi negou ter afirmado em algum momento que não usou o avião cedido por Meira. "Eu não menti. Não dei nenhuma resposta sobre o avião, porque esta pergunta não foi feita. Não existia esse fato”, afirmou o ministro, referindo-se ao fato de o episódio ter sido tratado somente em reportagem da revista Veja no fim de semana. “Eu não disse em nenhum momento que não andei na aeronave.”
“
Lupi pediu aos senadores que lhe garatam seu "direito
constitucional" de presunção de inocência. “Não posso ser condenado sem
nenhuma prova. E não posso ser condenado sem nenhuma acusação”, disse o
ministro. “Eu não tenho o que esconder."
Não pedi aeronave, não solicitei. Quero saber do que estou sendo acusado.
Estratégia
O depoimento de hoje marca mais uma tentativa de Lupi de dissipar a crise, aberta no fim do mês passado, após o iG revelar a existência de um esquema de desvios no ministério baseado em contratos com ONGs, semelhante ao que derrubou o ministro do Esporte, Orlando Silva.
As denúncias contra Lupi também serão tema de uma reunião extraordinária das bancadas do PDT na Câmara e no Senado e da Executiva Nacional do partido ainda hoje. Ontem, o próprio partido contrariou publicamente a versão dada pelo ministro do Trabalho para a notícia sobre o uso de uma aeronave cedida por Adair Meira, publicada no fim de semana pela revista Veja. “Queremos saber se ele deve ou não continuar à frente do ministério”, disse o presidente em exercício do PDT, deputado André Figueiredo (CE).
*Com informações da Agência Brasil e da Agência Estado
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