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sábado, 1 de outubro de 2011

Conrad Murray em evidência na 1ª semana do julgamento da morte do rei do pop


30 de setembro de 2011 22h31


A primeira semana do julgamento pela morte de Michael Jackson chegou ao fim nesta sexta-feira em Los Angeles com as testemunhas colocando em evidência o acusado, o médico Conrad Murray, por demorar a pedir ajuda, mentir aos médicos de emergência e esconder remédios nos momentos finais do cantor.
 
As sessões começaram na terça-feira com as alegações iniciais de acusação e da defesa, seguidos pelos depoimentos dos encarregados dos shows com os quais o rei do pop iria voltar aos palcos em julho de 2009, que coincidiram em apontar que o criador de "Thriller" estava em boa forma nos dias anteriores a sua morte.

Michael Jackson morreu em 25 de junho daquele ano vítima de uma overdose de remédios, especialmente pelos efeitos de um potente anestésico chamado propofol.

A Procuradoria considerou que o médico cometeu uma flagrante negligência que causou de forma direta a morte de Jackson e pede uma condenação por homicídio culposo (sem intenção de matar), enquanto os advogados de Murray assinalam ao próprio cantor como responsável pelo ocorrido.

Segundo a defesa, Michael Jackson teria aproveitado um instante em que qual o médico estava ausente ao telefone para aplicar-se a dose letal de propofol, uma substância à qual asseguram que era viciado.
Murray, um cardiologista de 58 anos, declarou-se inocente das acusações. Entre quarta-feira e sexta-feira, a acusação chamou a depor vários funcionários do cantor, assim como membros de sua equipe de segurança e médicos que o atenderam no dia de sua morte, algumas testemunhas que permitiram estabelecer a sequência dos fatos.

Segundo o relato e as provas apresentadas, Michael Jackson sofreu uma parada cardiorrespiratória por volta do meio-dia do dia 25 de junho quando estava na cama. Conrad Murray alertou a cozinheira para que pedisse ajuda por volta das 12h10 e solicitou a presença de Prince Michael, o filho mais velho do artista.

O adolescente, de 14 anos, subiu com o médico ao segundo andar da casa, onde ficava o quarto do cantor e para onde também foi por volta das 12h20 um membro da equipe de segurança que havia sido informado que "alguma coisa estava acontecendo" pelo assistente pessoal do cantor, para quem primeiro ligou Murray.

Esse guarda-costas, Alberto Álvarez, relatou que viu Michael com aspecto moribundo e o médico tentando reanimá-lo com massagens cardíacas pouco ortodoxas. Uma cena assistida por Prince Michael e sua irmã Paris, de 13 anos, quem chorava compulsivamente.

Álvarez foi o encarregado de chamar os serviços de emergência às 12h21 e, segundo comentou, enquanto aguardavam a ambulância ajudou Murray a esconder frascos de remédios e uma bolsa com líquido branco, que foi reconhecido como propofol, que estava ligada à perna de Michael Jackson.
Os paramédicos de urgências entraram na casa apenas cinco minutos depois do pedido de ajuda, um curto espaço de tempo que os fez pensar que poderiam salvar o paciente, mas sua primeira impressão ao verem Michael Jackson não foi boa.

Descreveram o cantor como um homem de aspecto doentio, cujo corpo estava frio, os olhos abertos e secos com as pupilas dilatadas. Murray parecia "desesperado" e "suava profusamente".
Os médicos entubaram Michael Jackson, o ligaram a uma máquina para ler seus vitais e tentaram a reanimação cardiopulmonar durante meia hora, ao mesmo tempo em que injetaram duas doses de adrenalina e atropina para reativar seu coração.
Em nenhum momento foi detectada qualquer reação do cantor, somente Murray disse ter sentido o pulso da vítima.

O médico explicou que estava tratando Michael Jackson de "esgotamento" e "desidratação" e unicamente reconheceu que havia administrado o tranquilizante lorazepam.
A equipe de emergências iria declará-lo morto às 12h57, mas Murray pediu a transferência para um hospital, destino em que o cantor chegou de ambulância às 13h10.

Nesse local o aguardava a médica de urgência Richelle Cooper, que indicou que Michael Jackson entrou no centro médico "clinicamente morto", apesar de terem tentado salvá-lo.
Murray, que foi junto na ambulância, explicou a Cooper que Jackson tinha ficado esgotado pelos ensaios e que tinha dado lorazepam para ajudá-lo a descansar. Posteriormente, acrescentou que o artista tomava habitualmente valium e um remédio para a próstata (Flomax).

Em nenhum momento citou o profopol, apesar de que, segundo confirmou a própria defesa, Murray havia administrado a Jackson essa substância durante seus últimos dois meses a pedido do artista, algo que também ocorreu nesse dia, embora seus advogados insistem em que a aplicação foi de uma dose muito pequena.

Michael Jackson foi declarado oficialmente morto às 14h26 do dia 25 de junho de 2009.
O julgamento será retomado na segunda-feira a partir das 8h45 (12h45 de Brasília) e está previsto que dure até o fim de outubro.

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