Mônica e Cebolinha já namoram, mas o pai da dupla, Mauricio de Sousa, ainda não se sente à vontade para desenhar a primeira vez dos dois
POR GUILHERME SCARPA
Rio - Demorou 48 anos para esse lance virar romance e eles começarem a namorar. Desde que foram colocados numa mesma tirinha, Mônica e Cebolinha mantêm uma relação bem inconstante. Porém, como o contrário do amor nem sempre é o ódio, e sim a indiferença — um não vive sem o outro —, o criador da dupla, o cartunista Mauricio de Sousa, pensou muito e decidiu dar uma trégua aos personagens que já atravessam gerações. Ele permitiu o namoro da sua filhota — como mostra o beijo estampado na edição 34 da revistinha ‘Turma da Mônica Jovem’.
“Não podia continuar aquele chove não molha. Em 2008, eles tinham dado uma bicotinha. Agora é um beijo, eles se agarraram mesmo. Isso ainda não tinha acontecido porque na fase de personagens clássicos, eles eram crianças”, pondera Mauricio, que sequer imagina como será a primeira vez do mais antigo novo casal. “Isso eu nem quero pensar. Por ora, autorizei a minha filhinha a namorar. Ela só tem 15 anos”, despista ele.
Segundo Mauricio, a partir de agora, a dupla vai continuar a ter conflitos, até porque Mônica e Cebolinha têm um gênio do cão, mas tudo vai girar em torno do namoro. “Eles estão lidando com a passionalidade, vai ter mais ciumeira no negócio, vamos começar a pensar na questão da perda. Nas aventuras seguintes, vamos permear a história com o namoro”, promete.
Embora não descarte a primeira transa de Mônica, Mauricio confessa que sonha com uma edição especial do casamento dos dois. “Isso tudo seria impensável anos atrás. Porém, uma edição limitada do noivado e casamento podíamos fazer. Mas se engana quem pensa que a Mônica vai mudar depois de subir ao altar. Ela é a mesma desde que tinha 2 anos. O Cebolinha nasceu antes da Mônica. Quando ela veio, roubou a turma, pegou tudo. Daí que vem a confusão”, diverte-se.
Além dos protagonistas, o autor pensa em transformar Magali e Quinzinho em um casal. “Estamos estudando isso. O Cascão não está muito firme com a Cascuda, eles ainda estão tateando. Já o Chico Bento vai ganhar uma revista independente e deve ficar com a Rosinha”, adianta.
Alheio às polêmicas, Maurício não pensa em tratar de temas ainda considerados espinhosos, como a homossexualidade. Por ora, um beijo gay está vetado. “Nunca levantamos bandeira de nada. Não queremos correr riscos. A sociedade ainda não aceita. O objetivo das nossas histórias é proporcionar entretenimento. Com a mudança para o mangá, recuperamos uma boa parte do público jovem e a revista virou um grande sucesso. Vendemos 500 mil exemplares”, comemora.
Entre tapas e beijo
Além de Mônica e Cebolinha, outros casais da ficção já tiveram seus momentos entre tapas e beijos, mas o amor superou as implicâncias. Quem não se lembra da dupla formada pela temperamental Jô Penteado (Christiane Torloni) e o professor Fábio (Nuno Leal Maia) na novela ‘A Gata Comeu’ (1985)?
Na verdade, essa temática é antiga. No século XVI, William Shakespeare criou essa relação intempestiva na peça ‘A Megera Domada’, que teve filme estrelado por Elizabeth Taylor e Richard Burton, e originou a novela ‘O Cravo e a Rosa’ (2000). Adriana Esteves e Eduardo Moscovis protagonizaram cenas impagáveis com suas picuinhas.
Daqueles casos em que a vida imita a arte, a bióloga Élida Martins Lopes, de 26 anos, e o atual noivo, Mateus Mizumoto, 28, que é projetista, se apaixonaram depois de se estranharem um bocado. “Eu estava numa boate e um amigo dele, que eu nem conhecia, caiu bêbado aos meus pés. Ele surgiu e começou a rir da minha cara e da cena. Fiquei muito irritada. Mas depois, sentei na mesma mesa, conversamos, e comecei a dar mole para ele”, conta Élida.
“Não podia continuar aquele chove não molha. Em 2008, eles tinham dado uma bicotinha. Agora é um beijo, eles se agarraram mesmo. Isso ainda não tinha acontecido porque na fase de personagens clássicos, eles eram crianças”, pondera Mauricio, que sequer imagina como será a primeira vez do mais antigo novo casal. “Isso eu nem quero pensar. Por ora, autorizei a minha filhinha a namorar. Ela só tem 15 anos”, despista ele.
Segundo Mauricio, a partir de agora, a dupla vai continuar a ter conflitos, até porque Mônica e Cebolinha têm um gênio do cão, mas tudo vai girar em torno do namoro. “Eles estão lidando com a passionalidade, vai ter mais ciumeira no negócio, vamos começar a pensar na questão da perda. Nas aventuras seguintes, vamos permear a história com o namoro”, promete.
Embora não descarte a primeira transa de Mônica, Mauricio confessa que sonha com uma edição especial do casamento dos dois. “Isso tudo seria impensável anos atrás. Porém, uma edição limitada do noivado e casamento podíamos fazer. Mas se engana quem pensa que a Mônica vai mudar depois de subir ao altar. Ela é a mesma desde que tinha 2 anos. O Cebolinha nasceu antes da Mônica. Quando ela veio, roubou a turma, pegou tudo. Daí que vem a confusão”, diverte-se.
Além dos protagonistas, o autor pensa em transformar Magali e Quinzinho em um casal. “Estamos estudando isso. O Cascão não está muito firme com a Cascuda, eles ainda estão tateando. Já o Chico Bento vai ganhar uma revista independente e deve ficar com a Rosinha”, adianta.
Alheio às polêmicas, Maurício não pensa em tratar de temas ainda considerados espinhosos, como a homossexualidade. Por ora, um beijo gay está vetado. “Nunca levantamos bandeira de nada. Não queremos correr riscos. A sociedade ainda não aceita. O objetivo das nossas histórias é proporcionar entretenimento. Com a mudança para o mangá, recuperamos uma boa parte do público jovem e a revista virou um grande sucesso. Vendemos 500 mil exemplares”, comemora.
Entre tapas e beijo
Além de Mônica e Cebolinha, outros casais da ficção já tiveram seus momentos entre tapas e beijos, mas o amor superou as implicâncias. Quem não se lembra da dupla formada pela temperamental Jô Penteado (Christiane Torloni) e o professor Fábio (Nuno Leal Maia) na novela ‘A Gata Comeu’ (1985)?
Na verdade, essa temática é antiga. No século XVI, William Shakespeare criou essa relação intempestiva na peça ‘A Megera Domada’, que teve filme estrelado por Elizabeth Taylor e Richard Burton, e originou a novela ‘O Cravo e a Rosa’ (2000). Adriana Esteves e Eduardo Moscovis protagonizaram cenas impagáveis com suas picuinhas.
Daqueles casos em que a vida imita a arte, a bióloga Élida Martins Lopes, de 26 anos, e o atual noivo, Mateus Mizumoto, 28, que é projetista, se apaixonaram depois de se estranharem um bocado. “Eu estava numa boate e um amigo dele, que eu nem conhecia, caiu bêbado aos meus pés. Ele surgiu e começou a rir da minha cara e da cena. Fiquei muito irritada. Mas depois, sentei na mesma mesa, conversamos, e comecei a dar mole para ele”, conta Élida.
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