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segunda-feira, 11 de abril de 2011


Vizinhos reprovam violência contra parentes de Wellington Menezes
Casa da família de atirador de Realengo é pintada de branco
Mariana Costa, do R7 | 11/04/2011 às 10h44









Vizinhos da Escola Municipal Tasso da Silveira reprovaram nesta segunda-feira (11) os atos de vandalismo contra os parentes do atirador. Segundo o cabeleireiro Marcos Gerbatim, de 47 anos, ex-aluno e pai de dois filhos, parentes das vítimas também não aprovaram as retaliações, como o apedrejamento da casa onde a família do assassino morava.

 99,99%” das pessoas que vivem em Realengo, um bairro pacífico e acolhedor, não aprovam isso. Nem mesmo os familiares das vítimas.

Foi a partir da revolta dos sobrinhos ao ver que a casa havia sido depredada que Gerbatim teve a ideia de mobilizar a vizinhança para pintar os muros da residência, que fica a poucos metros da escola, e cobrir o portão destruído a pedradas com folhas brancas. Ex-aluno e voluntário da escola, ele lamenta ter reencontrado colegas em uma situação tão dramática e diz que pretende “trabalhar para que a escola permaneça aberta”.

- Nós que ficamos aqui temos que trabalhar para que a escola fique aberta. Uma pessoa não pode acabar com 40 anos de história.

Dois sobrinhos estavam no colégio no momento da tragédia, mas não se feriram e “querem voltar às aulas o mais rápido possível”.
Com os olhos cheios de lágrimas, ele lamenta não haver explicação para tamanha brutalidade cometida contra crianças e diz que “a família do Wellington são pessoas idôneas demais”. 
- A gente sabe que a mãe dele o criou com muito amor.

Na manhã desta segunda-feira (11), a casa da família do atirador que matou 12 crianças e feriu outras 12 foipintada de branco após ter amanhecido depredada e pichada por vândalos no domingo (10). Desde o ataque, policiais do 14° BPM (Bangu) estão em frente à casa para evitar novos atos de vandalismo.
Entenda o caso
Por volta das 8h de quinta-feira (7), Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra (a escola completava 40 anos e realizava uma série de eventos comemorativos).
Armado com dois revólveres de calibres 32 e 38, ele invadiu duas salas e fez vários disparos contra estudantes que assistiam às aulas. Ao menos 12 morreram e outros 12 ficaram feridos, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual de Saúde.

Duas adolescentes baleadas, uma delas na cabeça, conseguiram fugir e correram em busca de socorro. Na rua Piraquara, a 160 m da escola, elas foram amparadas por um bombeiro. O sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, lotado no BPRv (Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário), seguiu rapidamente para a escola e atirou contra a barriga do criminoso, após ter a arma apontada para si. Ao cair na escada, o jovem se matou atirando contra a própria cabeça.

Com ele, havia uma carta em que anunciava que cometeria o suicídio. O ex-aluno fazia referência a questões de natureza religiosa, pedia para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento, queria ser enterrado ao lado da sepultura da mãe e ainda pedia perdão a Deus.
Os corpos dos estudantes e do atirador foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio de Janeiro, para serem reconhecidos pelas famílias. Onze estudantes foram enterrados na sexta-feira (8) e uma foi cremada na manhã de sábado (9).

O corpo do atirador permanece no IML. Ele ficará no local por até 15 dias aguardando reconhecimento por parte de um familiar e liberação para enterro. Caso isso não ocorra, o homem pode ser enterrado como indigente a partir do dia 23 de abril.

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