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domingo, 10 de abril de 2011

10/04/2011

Dupla vendeu arma para atirador no Rio

Folha de S.Paulo
O chaveiro Charleston Souza de Lucena, 38 anos, e o vigia desempregado Izaías de Souza, 48 anos, foram indiciados ontem sob suspeita de terem vendido a Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, o revólver calibre 32 que ele usou para matar 12 crianças, em uma escola municipal de Realengo, No Rio, na última quinta-feira. A dupla teve prisão preventiva decretada. 

Os suspeitos admitiram ter intermediado a venda do revólver. O chaveiro tem um quiosque perto da casa onde Wellington morava desde o ano passado, em Sepetiba. Ele afirma ter sido procurado em janeiro deste ano por Wellington, que disse precisar de uma arma para se proteger, pois vivia sozinho.
Uma denúncia anônima levou PMs até Lucena, que teria comentado com algumas pessoas estar arrependido do negócio. Já na delegacia, ele disse que teria apresentado Wellington ao vigia. 

Souza, por sua vez, disse ter levado Wellington a um terceiro homem, chamado Robson, que teria vendido a arma e cinco munições ao atirador por R$ 200; o chaveiro e o vigia teriam levado R$ 30 cada um pela intermediação. 

A polícia investiga agora quem é Robson, se ele de fato participou da negociação e se ele de fato foi assassinado no Carnaval deste ano, como afirmam Souza e Lucena.
Os investigadores também não sabem como Robson teria obtido a arma, roubada em 1994 do dono original, que tinha o registro. Ainda não se sabe como Wellington obteve o outro revólver, um 38, com o qual efetuou a maioria dos disparos. 

Suspeitos dizem estar arrependidos

Folha de S.Paulo
O chaveiro Charleston Souza de Lucena, 38 anos, e o segurança desempregado Izaías de Souza, 48 anos, afirmaram que são pais de família e que, se soubessem a finalidade que Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, queria dar à arma, jamais teriam intermediado a negociação.

"Se soubesse que era para isso [o massacre das crianças na escola], nunca teria feito [a negociação do revólver calibre 32]. Tenho uma filha e uma enteada que estudam em frente à escola onde ele morava e passou pela minha cabeça que isso poderia ter acontecido lá. Que a Justiça faça o que tem que fazer", disse o vigia Souza, em entrevista na manhã de ontem. 

"Ele [o atirador Wellington] era um homem pacato, calmo. Ninguém nunca iria imaginar que faria uma coisa dessas. Ele disse que só queria a arma para se proteger. Isso foi uma maldade. Infelizmente vou ter que pagar", lamentou o chaveiro Lucena, que afirmou ter três filhos pequenos. 

Até 8 anos de prisão
De acordo com o delegado Felipe Ettore, que investiga o caso, os suspeitos, que têm passagem por ameaça e falsidade ideológica, não vão responder pelo assassinato das crianças, mas só pela comercialização do revólver calibre 32. A pena máxima dos dois pode chegar a até oito anos de prisão.
Ontem, eles foram transferidos da Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, para o presídio Ary Franco, em Água Santa, zona norte.

Humilhação na escola pode ter causado transtorno

Gio Mendes
do Agora
Especialistas apontam que uma das possíveis explicações para o transtorno que levou Wellington Menezes de Oliveira a matar 12 crianças em uma escola municipal do Rio de Janeiro pode ser um trauma na infância, como ter sido vítima de humilhações na época em que estudou naquela unidade de ensino.
"Não é de causar espanto saber que ele sofreu 'bullying'. Esses assassinos em massa costumam ter um histórico de humilhação", afirmou a escritora Ilana Casoy, especialista em casos de assassinatos em massa.
Ilana também observou que o comportamento de Wellington é semelhante ao de outros assassinos em massa. "A família disse que ele era quieto e vivia isolado", disse a escritora, ressaltando que Wellington não é, necessariamente, um doente mental, como são classificados os assassinos em massa. "Um comportamento criminoso não pode levar a um comportamento psiquiátrico. O caso dele precisa ser analisado com calma", afirmou a especialista.

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